quarta-feira, 27 de maio de 2020

É INJUSTA A LEITURA DE MODERNOS QUE SÓ TREVAS IMPUTA À IDADE MÉDIA

É INJUSTA A LEITURA DE MODERNOS
QUE SÓ TREVAS IMPUTA À IDADE MÉDIA

Alder Júlio Ferreira Calado

Toda época comporta bem e mal   
Igualmente, assim foi Idade Média
Sendo um tempo marcado por tragédia
A comédia de então foi genial 
De Boccaccio e de Dante com o aval
Se o tempo plantou tanta tragédia
A que vários respondem por comédias
Afrontando até mesmo seus infernos
É injusta a leitura de Modernos
Que só trevas imputa à Idade Média

Todo tempo tem trevas e tem luz
Medievo também não foge a tal
No contexto de hoje é por igual
Negar isto a cegueira só conduz
Eis por que protestar aqui me pus
Pois convém da Razão tomar a rédea
Para tanto serviu a enciclopédia
Não somente nos outros há infernos
É injusta a leitura de Modernos
Que só trevas imputa à Idade Média


Se não foi o medievo, qual Nascente?
Em que fonte beberam os geniais?
Shakespeare, Cervantes e outros mais...
O Honoré  de Balzac, bem mais à frente
Seja Dante ou Boccaccio, provavelmente…
Da Razão nos convém tomar a rédea
Indo além de postura apenas média
Primavera existe, não só inverno
É injusta a leitura de modernos
Que só trevas imputa à Idade Média 

Relevante é ainda registrar
Que vem antes da época século 10
Medievo também conquistas fez
Reforçando seu caráter exemplar
Como nunca, se deve averiguar
Superando visão só de tragédia
Que traria uma leitura intermédia
Na ciência não há olhar eterno
É injusta a leitura de Modernos
Que só trevas imputa a idade média


Dos Copistas louvamos o trabalho:
Garantiram a guarda dos escritos
Ressoando alegre, tristes gritos
Mesmo tendo, um ou outro, algo falho
Dá mais fina história são retalhos
Sinais fortes atestam de tragédia
E nas quais traço existe de comédia
Elementos ditosos, bons e ternos
É injusta a leitura de modernos
Que só trevas imputa a idade média

Os exemplos de arte refinada
Quer nas letras, nas plásticas, culinária
No universo icônico, luminárias
Na cerveja e em outras empreitadas
Posição deste tempo é destacada
Tão propícia a vencer qualquer acédia
Resultando uma bela enciclopédia
Traz sementes eivadas do eterno
É injusta a leitura de modernos
Que só Trevas imputa a idade média

Eis um tempo de guerra, também de paz
De Francisco de Assis e os Goliardos
As Beguinas, Heloíse e Abelardo
Preciosos tesouros, sempre mais
E da Fiori, Dolcino, gente capaz
Tempo místico, crédulo, de inédia
Também farto em conto, tragicomédia
Marguerite Porete - amor eterno
É injusta a leitura de modernos
Que só trevas imputa a idade média

João Pessoa, 27 de Maio de 2020

segunda-feira, 25 de maio de 2020

DESGOVERNO SE EXIBE A TODO O MUNDO PLANTA O CAOS ,PREGA A GUERRA, ESPALHA A MORTE


Alder Júlio Ferreira Calado


 Se alguém duvidava dos malfeitos
 Este encontro fatídico o desfaz
 Pois se afasta da pauta, mais e mais 
Ataques em série então são feitos
Em afronta visível ao direito
Sem que o chefe contenha ou mesmo aborte
A gravíssima ofensa feita a Corte 
Termos chulos desferem-se, em tom rotundo
Desgoverno se exibe a todo o mundo
Planta o caos, prega a guerra, espalha a morte

O pretenso encontro de gestão
Transformou-se em rinha troglodita
Seu projeto ao Brasil desacredita
Um retrato fiel assim nos dão
Interesses dos seus, busca o chefão
O país vê se entregue a própria sorte
Presidência  só cuida dos mais fortes
Ambiente e saúde, moribundos
Desgoverno se exibe a todo mundo
Planta o caos, prega a guerra, espalha a morte. 

Outro ponto de pauta insolente
Desse encontro sinistro divulgado
Foi o tom militar do Magistrado
Defendendo armar a nossa gente
E em tom arrogante, prepotente
Descortés, agressivo sem trato fino
Pra cristãos,verdadeiro desatino 
E se engana, aquele que consente
Atraiçoa a Jesus, abertamente
Quem nas armas confia seu destino

Tanta fome, saúde, educação
Temas-chave que foram relegados
O rentismo aí tem seu delegado
E o filé do orçamento sempre terão
Tudo aposta na privatização
Os ministros lhe servem de suporte
A não ser que seu plano o povo entorte 
Libertando o país do lodo imundo
Desgoverno se exibe a todo mundo
Planta o caos, prega a guerra, espalha a morte

Da República distante, a reunião
Bem mais próxima se achou de um covil
Interesses escusos eram mil
Exceção se havia, não vi não
Presidente impunha opinião
Com palavras rasteiras e sem corte
Ante servos silentes, nada fortes
Presidente falando furibundo
Desgoverno se exibe a todo mundo
Planta o caos, prega a guerra, espalha a morte

Duas horas de vídeo e gente rude
Conduzindo o país pra cova rasa
Devastando a Natura, nossa casa
Mesmo assim, ‘inda um terço se ilude
Pouco importa se vão pro ataúde
Que os dois terços procurem e achem o Norte
Que o povo da paz também exorte
Pois planeta só um, não há segundo
Desgoverno se exibe a todo o mundo
Planta o caos, prega a guerra, espalha a morte

 João Pessoa, 25 de maio de 2020

segunda-feira, 18 de maio de 2020

A REPÚBLICA NASCEU POSITIVISTA DE QUE LADO SE PÕEM OS MILITARES?

A  REPÚBLICA NASCEU POSITIVISTA
DE QUE LADO SE PÕEM OS MILITARES?

 Alder Júlio Ferreira Calado

No combate à COVID, a pandemia
A ciência se mostra eficaz 
E com isto, todo mundo se compraz
Exceção - vergonhosa, eu diria 
De quem tem uma mente doentia
À ciência o exército ergueu altares
Nesta linha, seguiram exemplares
E de Comte fizeram seu grande artista 
A República nasceu positivista
De que lado hoje estão os militares?

Hoje em dia, porém, a coisa muda
Se aproximam de quem nega o real
Corroboram, assim, quem age mal
Questões várias suscitam, em tal feito 
Por que justo em crise tão aguda
Como podem patentes estelares 
Cumprir ordens de um reles de seus pares?
Que valores tão “nobres” têm em vista? 
A República nasceu positivista
De que lado hoje estão os militares?

Pelo mestre o discípulo se orienta
Por seus frutos a árvore é conhecida
Ao governo por que tanta corrida
E cobranças em série agora enfrenta
Nossa Tropa se mostra desatenta
Cargos tantos fruídos, nada exemplares
E são cargos  contados aos milhares
Em governo de crimes - grande é a lista
A República nasceu positivista
De que lado hoje estão os militares?

Infiel ao dever, à ordem e à paz
O seu chefe não cessa de fazer guerra
Aos seus próprios, destrata, culpa, berra
Dividindo a Nação cada vez mais
Confiante na Força, que tem por trás
De uma parte que devia estar atenta
E o terror semeado só aumenta
Desse modo, não há mais quem resista
A República nasceu positivista
De que lado hoje estão os militares?

Desafio de monta inda nos resta
Resolver o hiato recorrente
Estas Forças Armadas // nossa gente
O contexto atual bem o atesta
Desrespeitam a Lei e fazem a festa
Patriotas se dizem: flertam outros ares
Demonstrando posturas tão vulgares
É preciso passá-las em revista
A República nasceu positivista
De que lado hoje estão os militares?

Quem aposta em real democracia
Tem no Povo seu único soberano 
Não entrega o poder a um tirano
Só delega a defesa a quem confia
Não endossa qualquer hipertrofia
Nem permite flertar com outros mares
Celebrando malfeitos espetaculares
Seu fazer favorece somente a outro "Artista"
A República nasceu positivista
De que lado hoje estão os militares?




João Pessoa, 18 de maio de 2020

quinta-feira, 14 de maio de 2020

APOSTAR NOS VALORES MAIS PERVERSOS SÓ REBAIXA OS HUMANOS E A MÃE-TERRA 



Alder Júlio Ferreira Calado


Novo Nero é sujeito-ente plural
Reduzi-lo a um só é fantasia
Pois somente a ingênuos serviria
Importante indicar raiz do mal
Reverter esta quadra infernal
Apostar só em quem está na "serra" 
Sem punir figurão que tanto berra
E no crime mantém-se sempre imerso
Apostar nos valores mais perversos 
Só rebaixa os humanos e a Mãe-Terra 

Violento, arrogante, mentiroso
Plutocrata, racista, delinquente
Homofóbico, incapaz, insana mente 
No sofrer da mãe Terra sente gozo 
Ser misógino, necrófilo, odioso 
Tem prazer, todo dia, em gerar guerra 
A regime nazista bem se aferra 
Vive longe da arte, odeia versos 
Apostar nos valores mais perversos 
Só rebaixa os humanos e a Mãe-Terra 

Ao poder do império está sujeito 
Infiel, desdenhando a própria gente
Sem postura, mendaz, irreverente 
Favorece a seu fã, em qualquer pleito 
Mesmo a custa do povo que o fez eleito 
Segue sempre recurso à motosserra 
Contra índios e negros sempre berra 
Patriota se sente: é o reverso
Apostar nos valores mais perversos 
Só rebaixa os humanos e a Mãe-Terra

Com frequência, rebaixa seus amigos 
Muitas vezes, o faz publicamente 
Sem remorso, pois culpa alguma sente 
A figuras qual Nero, às vezes ligo 
Seus mais próximos, já viram inimigos
Faz promessas, em meio dessas guerras 
Volta atrás insania encerra 
Algo diz, e declara o inverso
Apostar nos valores mais perversos 
Só rebaixa os humanos e a Mãe-Terra


Quem investiu, afinal, na triste via
Embarcando de vez nessa jogada
Só agora se sente atraiçoada
Por aquele que do plano se desvia?
Posição que se mostra bem vazia...
E ao próprio agora movem guerra
Tal postura um engodo então encerra
Em sua onda surfaram estando imersos
Apostar nos valores mais perversos 
Só rebaixa os humanos e a Mãe-Terra

João Pessoa, 14.05.2020