Alder Júlio Ferreira Calado
As fobias de tipo social
Independem de toda conjuntura
Em algumas, porém, são bem mais duras
Hoje em dia, provocam um vendaval
Na Política, o estrago é abissal
Eis por que é preciso quem se meta
A fazer ressoar longe a corneta
No esforço a mitigar tão grave dano
As fobias degradam o ser humano
Ameaçam a vida no Planeta
Exceções descontadas - felizmente
Da verdade, nosso tempo abdica
"Fake news" só confundem - falsa dica
O bom senso se esvai, reina o Demente
De mentiras mais torpes ocupa a mente
De Washinton a Brasília, à bolsoneta
Desrazão rima bem com baioneta
Pela força manobram horrendo plano
As fobias degradam o ser humano
Ameaçam a vida no Planeta
Tanto mais atraiçoa o nazareno
Quem se diz do seu time, e espalha o mal
Do Evangelho se faz bem pessoal
Lembro Trump exibindo o Livro Pleno
Solidário ao racismo e seu veneno
Para as causas do Reino faz careta
Os direito dos pobres manieta
Infligindo à Mão Terra enorme dano
As fobias degradam o ser humano
Ameaçam a vida no Planeta
Das manias e ódios mais letais
Ouso aqui destacar “ptocofobia”
Que da vida dos pobres tripudia
O que é feito, nas mais diversas frentes
Transformando-os em meros indigentes
Contra Eles governo usa a caneta
Torna a massa serviu, dócil, maneta
A mercê do império mais tirano
As fobias degradam o ser humano
Ameaçam a vida no Planeta
A Mãe-Terra encabeça a grande lista
Dos que são do sistema os condenados
Solidários, ouvimos os seus brados
Libertário horizonte nos assista
Que de nós se mantenha sempre à vista
Ecocídio expressa o capeta
Horizonte a tolher-nos não se meta
De vencermos com fé o desengano
As fobias degradam o ser humano
Ameaçam a vida no Planeta
As mulheres são alvo de assassinos
Feminicídios inundam noticiários
Horrorosos registros são diários
A razão? Simples seres femininos
Absurdo é que tenham tal destino
Sobretudo mulheres pobres, pretas
Um delito que a todos alfineta
Há, contudo, quem reste em ledo engano
As fobias degradam o ser humano
Ameaçam a vida no Planeta
Se for pobre, estrangeiro é perseguido
O migrante, também, escorraçado
Por brilhantes que sejam os seus dados
Contra eles levanta-se um ruído
Das benesses da lei é excluído
Seus direitos se escondem na gaveta
Sobrevivem “fazendo pirueta”
Neste ritmo, já vêm há 500 anos.
As fobias degradam o ser humano
Ameaçam a vida no Planeta
Com indígenas e negros são brutais
Etnocidas se mostram, a todo instante
Suas terras invadem, arrogantes
Do racismo abusam, Sempre Mais
Só recorrem às armas, nunca à paz
Do Estado almejam só as tetas
E sangrando o país, com sua marreta
Estratégias letais agravam o dano
As fobias degradam o ser humano
Ameaçam a vida no Planeta
Assim como diversa é a Natura
Semelhante é a humana natureza
A um único modelo não está presa
Bem assim, e por séculos, assim perdura
Pois diversa é a humana criatura
Condição em aberto no gameta
Definir um tal gênero não é treta
Ou Capricho infeliz, um grave engano
As fobias degradam o ser humano
Ameaçam a vida no Planeta
Só a verdade é caminho decisivo
Pactuar com mentiras e estratégias
Bem traçadas, brilhantes, mesmo régias
Só nos leva a tornar-nos seus cativos
Sendo inúteis “remendos”, “corretivos”
Ao revés da mentira, vil Tiete
À verdade acede quem se mete
A plantar transparência, grão mais sano
As fobias degradam o ser humano
Ameaçam a vida no Planeta
João Pessoa, 23 de Julho de 2020
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