sábado, 26 de fevereiro de 2022

UMA ANÁLISE CRÍTICA DOS CONFLITOS / NOS IMPÕE CAVOUCAR FONTES OPOSTAS

                                         UMA ANÁLISE CRÍTICA DOS CONFLITOS

NOS IMPÕE CAVOUCAR FONTES OPOSTAS


Alder Júlio Ferreira Calado



Entender o caráter dos conflitos

É vital pra criar um novo mundo


Sucursal dos States, a Europa

Abdica de sua própria história


Braço forte armado do Império é a OTAN

Que se expande no Leste contra a Rússia


Rússia, Ucrânia, Criméia e outros mais

Têm história comum, cultura igual


Isto explica, em parte, um certo êxito

Da União das Repúblicas Soviéticas


Posição da Europa escancara

Sujeição aos caprichos do Império


Aceitável existirem, em guerra fria

a OTAN e o Pacto de Varsóvia


Dissolvida, porém, URSS

Já não há mais razão pra guerra fria


Dissolvido o Pacto de Varsóvia

A OTAN não tem mais razão de ser


Não foi isto, contudo, o que se viu:

A OTAN duplicou sua extensão


Incorpora nações próximas da Rússia

Em um cerco contínuo, quase completo


Quando a Rússia reage a este cerco

Os acordos de Minsky baixa tensões


Ocidente, porém, volta a atiçar

Com um golpe fascista, na Ucrânia


Ai de quem faz da guerra vã saída

Rejeitando o diálogo e a razão


Putin puxa o gatilho, por um lado

Mas, OTAn é parceira, nesta guerra


Inocentes não há, neste conflito:

É o poder que os move, a cada um


Os migrantes forçados - em nova onda

Só atestam a tragédia desta guerra


Quem se deixa guiar pela cegueira

O abismo terá como destino

(cf. LC 6, 39-45)


Aos cristãos eu proponho meditar

A parábola de hoje, no Evangelho:




Jesus fez também a seguinte comparação: "Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois no buraco?


O discípulo não está acima do seu mestre, mas todo aquele que for bem preparado será como o seu mestre.


"Por que você repara no cisco que está no olho do seu irmão e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho?


Como você pode dizer ao seu irmão: 'Irmão, deixe-me tirar o cisco do seu olho', se você mesmo não consegue ver a viga que está em seu próprio olho? 


Hipócrita, tire primeiro a viga do seu olho e então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão.


"Nenhuma árvore boa dá fruto ruim, nenhuma árvore ruim dá fruto bom.


Toda árvore é reconhecida por seus frutos. Ninguém colhe figos de espinheiros, nem uvas de ervas daninhas.


O homem bom tira coisas boas do bom tesouro que está em seu coração, e o homem mau tira coisas más do mal que está em seu coração, porque a sua boca fala do que está cheio o coração.




João Pessoa, 26 de fevereiro de 2022



quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

O DESCARTE DA ÉTICA É A RAIZ DA BARBÁRIE QUE GRASSA ENTRE NÓS

 O DESCARTE DA ÉTICA É A RAIZ 

DA BARBÁRIE QUE GRASSA ENTRE NÓS


Alder Júlio Ferreira Calado


A cultura do Golpe só se faz

Sob a égide da força e da mentira (https://www.youtube.com/watch?v=ElHe4PuEBJI)


A razão do Império está nas armas

Que sufocam o direito, geram a barbárie.


A verdade é luz que nos permite 

Desmontar toda farsa e dissipá-la


Leva tempo um balanço consciente

Do tamanho do erro eleitoral (https://www.dieese.org.br/outraspublicacoes/2021/impactosLavaJatoEconomia.html)


Eleger ser humano desfigurado

Pra gerir os destinos do País


Nove anos de golpes sucessivos

Desde 13, com Temer e Bolsonaro


Meio milênio de sanha escravagista

Tem profunda raiz em nossa história (ler: GORENDER, Jacob. O Escravismo Colonial. Editora Expressão Popular, 2016; FREITAS, Décio. O Escravismo Brasileiro. Editora Mercado Aberto, 1991.)


Repetir essa sanha é suicídio

Nos desarma de crítica nosso povo


A questão militar não resolvida

Perpétua ditadura disfarçada


Se não for pela ação dos movimentos

É inútil aguardar instituições 


Só compensa apostar em eleição

Se o Trabalho de Base não tem trégua


Grande parte das causas dos revezes

Tem a ver com o desprezo da memória


É flagrante o déficit cognitivo

De pessoas e grupo sobre o real


Na passagem de séries nas escolas

Prevalecem critérios estatísticos


Já com anos de escola, analfabetos

Se encontram até no ensino médio


Um olhar sobre as redes sociais

Bem atesta os tropeços com o Vernáculo


É chocante da Europa o servilismo

Aos caprichos guerreiros do Império


O Brasil retrocede a olhos vistos

No processo formativo humanizante


Muito cômodo fazer guerra em terra alheia

É assim que o Império se comporta…


O perfil do Congresso atual

É a cara do Golpe de 18



O que a Rússia infligiu hoje à Ucrânia

É rotina do Império, em todo o mundo (https://www.brasil247.com/blog/cronologia-das-invasoes-norte-americanas-no-mundo)


Guerra Fria passada, novo equilíbrio

Exigia da OTAN não se expandir


Ocidente descumpre promessas feitas:

Expandiu-se 100% rumo ao Oriente (https://www.cnnbrasil.com.br/internacional/para-putin-ocidente-descumpriu-promessa-de-otan-nao-expandir-diz-especialista/)


João Pessoa, 24 de fevereiro de 2022.





quarta-feira, 23 de fevereiro de 2022

GEOPOLÍTICA NÃO É NOME DE ROSA MAIS PARECE UM DIÁLOGO ENTRE SURDOS

GEOPOLÍTICA NÃO É NOME DE ROSA

MAIS PARECE UM DIÁLOGO ENTRE SURDOS


Alder Júlio Ferreira Calado


Não estamos em meio a inocentes

Grau maior ou menor, são veteranos

São raposas com poder, há muitos anos

De suas guerras, são vítimas nossas gentes

Negar isto seria incoerente

Geopolítica é o nome da matéria

Consequências são não raro deletérias

Ocidente posando de mocinho

Sem controle se expande ligeirinho

O império faz guerra em outra artéria


João Pessoa, 23 de fevereiro de 2022.


quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

PRA COMPOR BOA TRÍADE, AOS ESTATUTOS SÓ LHES FALTA O DA LUTA, Ó BOA GENTE


 PRA COMPOR BOA TRÍADE, AOS ESTATUTOS

SÓ LHES FALTA O DA LUTA, Ó BOA GENTE

Alder Júlio Ferreira Calado


Estatutos nós temos variados

Da criança, do Idoso, da Mulher…

Temos leis para o gosto que se quiser

Mesmo assim, mais e mais e com os brados

Os direitos dos pobres são negados

Por si mesmas, não bastam nossas leis

Interesses dos grandes têm mais vez

Despertar é preciso para a ação

Esperar inativos é em vão

Estatuto certeiro não se fez


Foi por conta das Lutas Camponesas

Que em 64 vem triunfar

Colocando camponez em seu lugar

Com o estatuto da terra vindo à mesa

A questão da reforma segue acesa

Sindicato, apesar de protegido

Na CONTAG tem apoio naqueles idos

Na Igreja irrompe oposição

Sindicatos pelegos sucumbirão

Junto a grupos diversos aguerridos


Estatuto do homem é o segundo

Vem da lavra do grande Thiago Melo

Expressando em poema denso e belo

O melhor do seu sonho de um novo mundo

Inspirado em Isaías, tão profundo

Nos propondo valores axiais

Pra alcançar a Justiça, o Bem, a Paz

Apontando horizonte alvissareiro

Pro caboclo, pro índio, pro roceiro

Por caminhos certeiros, sempre mais!


O Estatuto da Luta é que funda

O da Terra e o do Homem, precedentes

À medida que cabe a nossas gentes

Pôr em marcha a força que as inunda

Terra fértil a Terra, Nação fecunda

Terra, Homem, Luta, de mãos dadas

Precioso papel cabendo a cada

Vai forjando um País de Liberdade

Impedir essa marcha, quem há de?

Mãos à obra, passemos à empreitada


João Pessoa, 16 de fevereiro de 2022


quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

INDIGNEMO-NOS MAIS! E MÃOS À OBRA!



POIS QUEM GERA A GUERRA HÁ DE PROVAR

UM INFERNO DANTESCO, PELOS SEUS CRIMES

Alder Júlio Ferreira Calado


Indignemo-nos mais e avancemos 

Superando a barbárie - o Capital

O seu Deus deletério e tão letal

Em canoa lançada ao mar, sem remos

Nos movendo a fazer o que não cremos

Contra tão desigual modo de vida

Pois mantê-lo seria suicida

Moradores de rua sem direitos

Sem que planos urbanos sejam feitos

É pra isso que a História nos convida?


Insurjamo-nos contra quem devasta

De mil formas, o Planeta e seus viventes

Agrobusiness, garimpos que ferozmente

Envenenam solos, rios, em área vasta

A quem mata a floreta, demos basta!

Levantemo-nos também contra banqueiros

Que bem mais que a COVID são coveiros

De milhares de óbitos, no País

Protegidos por leis demais servis 

É urgente enquadrar os embusteiros!


Gigantescas empresas combatamos

De armamento, agrotóxico, petroleiras

De remédios inúteis, trapaceiras

Controlando o consumo em vários ramos

E também produção controlar vamos

Tendo claro que o Estado as legaliza

Basta ver o que dizem as pesquisas

E o Congresso entreguista lhes é sujeito

Tantos votos comprados fazem efeito

Um sistema de morte não se alisa!


Quê dizer de um País como o Brasil?

Um gigante produtor de alimentos

Cujo povo faminto em passos lentos

A procura de osso e lixo vil

Pois as suas riquezas, gere um covil

Quê dizer de uma Câmara de vendidos

Que, eleitos, parecem mais bandidos

Representam a si mesmos, não ao Povo

É urgente forjar o mundo novo

Superando falsários carcomidos


Neste chão do país, rastejam à toa

Periféricos, pretos, favelados 

Grande parte com processos não julgados

Governantes impunes, numa “boa”

PGR protege, agindo à toa

E se fosse um Governo de Esquerda

Que fizesse um por cento dessas perdas?

Outro golpe teria já curtido

Nós estamos cercados de bandidos

De gravata, sendo as massas ‘inda lerdas


Que dizer de uma Câmara que permite

Que seu chefe Arthur Lira se aposse

De poderes que ferem nada “doce”

Usam as metas do povo qual dinamite

Em favor de si próprios, da elite

Expulsando os pobres do orçamento

E livrando de impostos os opulentos

Conivente, a Justiça bem mais faz

Em favor dos “de cima”, dos boçais

No final, só protegem os avarentos.


A COVID escancara veias abertas 

As enormes distâncias sociais

Entre o Povo e a elite de boçais

Nas mãos destes, riquezas encobertas

Povo vive de migalhas, de “ofertas”

Que dizer da maldade monstruosa

Do montante da “dívida” nebulosa

Que ao país do abismo põe à frente

Que do PIB consome parte ingente

Já foi paga esta dívida impiedosa.


Indignemo-nos contra os tais eleitos

Que declaram ser nossos representantes

E da vida do Povo tão distante

A transporte de luxo são afeitos

Pra subir, sempre dão um certo jeito

Quando o Povo vai a pé, metrô lotado

Se adoece, só o SUS tem do seu lado

É a pública, a escola que frequenta

Por que não nova Lei não se inventa

A gestores e Povo, o mesmo lado


A barbárie em Moïse perpetrada

É frequente ao que é feito a pobres, pretos

Que são alvo de quem os torna “gueto”

Nossa gente é vítima dessa toada

Pela casta burguesa liderada

Os “de baixo”, porém, resistem fortes

Sem cederem a qualquer pacto de morte

Pelas ruas e praças dizem “não!”

Nossa luta jamais será em vão

Combatendo essas forças desalmadas


Gasolina chegando a mais de dez

E a política de preços continua

Isto muda com nosso povo na rua 

Procurando retomar a sua vez 

Pois já basta o quanto Moro fez

Em sequência dos golpistas de dezoito

Desmontando o Brasil, com gesto afoito

Já é tempo de fazer justiça ao povo

Empenhemo-nos num horizonte novo

Superemos o trauma de dezoito


João Pessoa, 02 de fevereiro de 2022