sexta-feira, 31 de julho de 2020

PAGUEI MAIS DO QUE DEVIA / DEVO MAIS DO QUE PAGUEI

PAGUEI MAIS DO QUE DEVIA
DEVO MAIS DO QUE PAGUEI


Alder Júlio Ferreira Calado

Poeta Dirceu Rabelo
A quem louvo pelo mote
Me permita que o adote
Por preciso entendê-lo
Desfiando esse novelo
Banqueiros tosquiam a grei
Aos seus olhos, tudo ok
Ao país causa avaria
Paguei mais do que devia
Devo mais do que paguei

Lá na década de oitenta
O protesto era geral
Prestação inicial
Da casinha ainda lenta
De repente tudo aumenta
Foi então que me lembrei
Bem pior hoje é a lei
Eis por que a gritaria
Paguei mais do que devia
Devo mais do que paguei

O sistema financeiro
Pandemônio bem expressa
Generoso nas promessas
Dos mais pobres é coveiro
Usa golpes sorrateiros
Protegido pela lei
Compará-lo já nem sei
Mais parece hemorragia
Paguei mais do que devia
Devo mais do que paguei


Banco é ave de rapina
Se é mortal a pandemia
‘Inda mais ele angaria
Da nação riqueza mina
Mostra sempre fome canina
Atuando como rei
É tão ruim que eu não sei
De riqueza tem mania
Paguei mais do que devia
Devo mais do que paguei

Juros baixos, só lá fora
Por aqui, estratosfera
Se a selic por aqui zera
Nos cartões, banco devora
Sofre o povo: multa e mora
O sistema é mais que rei
Deputados fazem a lei
E a banca os financia
Paguei mais do que devia
Devo mais do que paguei

Segue enorme a fatura
Dos bancos, na pandemia 
Deus Mamon nunca sacia
Sua ganância sempre dura
O povo já não atura
Ao mais rico ele se alia
Tal dureza nunca achei
No mais sanguinário rei
Paguei mais do que devia
Devo mais do que paguei

Há, porém, alternativa
De taxar grandes fortunas
Preenchendo tais lacunas
Aclamando a massa ativa
Sem ficar mais à deriva
Suspender, mediante lei
Os contratos, com "delay"
Promovendo auditoria
Paguei mais do que devia
Devo mais do que paguei

Financismo é o que governa
Traço máximo do Império
Regressivo, deletério
Finge ter face "moderna"
Mero caos, só traz baderna
Descrevê-lo acima ousei
Ele próprio faz a "Lei"
Assim age a burguesia
Paguei mais do que devia
Devo mais do que paguei

Bolsonaro faz Brasil
Converter-se em vassalo
Ao Império entregá-lo
Ao Trumpismo bem servil
 Embaixada dele é ardil  
Passageira é sua lei
À história, então, volvei
Nela achamos garantia
Paguei mais do que devia
Devi mais do que paguei

O rentismo é o principal
Do sistema a maçã podre
Nos remete a novo odre
O vetor do Capital
Em escala mundial
Ó moçada, combatei
Superai o monstro-rei
Todos rumo à outra via
Paguei mais do que devia
Devo mais do que paguei

São milhões de brasileiros
Pelas dívidas sufocados
Bancos só desdenham os dados
Assim agem os banqueiros
Do Governo são parceiros
Povos todos, soerguei!
Investi contra essa lei
Nossa ação não seja tardia
Paguei mais do que devia
Devo mais do que paguei

Mesmo nos últimos anos 
De contextos infernais 
Bancos lucram sempre mais 
Com seus truques desumanos 
Em seus tão perversos planos
Eia povos, mãos erguei
Pondo abaixo a injusta lei
Evitando mais sangria
Paguei mais do que devia 
Devo mais do que paguei 

Outro dano à Nação
- Muito útil ao Mercado -
Das carreiras de Estado
Concorrerem à eleição
Promotor, juiz, capitão
Militar, se faz a Lei
Vai favorecer seu rei
O Império aprecia
Paguei mais do que devia
Devo mais do que paguei

Dívida Pública escandalosa
Agiganta-se, ano a ano
Com critério, leviano
E a Nação, vítima da prosa
Tripudia a banca, e goza
Que se investigue o rei
E buscando nova lei
Suscitando a rebeldia
Paguei mais do que devia 
Devo mais do paguei

Outro ponto que atordoa
Do sistema financeiro
Junto com outros parceiros
São as ligações à toa
Sempre em hora nada boa
Abusivas, contra a lei
Oprimindo nossa grei
O repouso se extravia
Paguei mais do que devia 
Devo mais do que paguei

Contra dívida impertinente
Lei sugere auditoria
É o Congresso que avalia
Protegendo a nossa gente
De altos juros indecentes
Equador, seguindo a Lei
Conseguiu vencer o rei
Fez a dívida bem macia
Paguei mais do que devia 
Devo mais do que paguei

Só o povo indo à rua
De maneira organizada
Com base nessa toada
Ao Império assim acua
Vence essa falcatrua
Força a Banca e o Império-rei
Descumprindo a própria lei
Desbancando a burguesia
Paguei mais do que devia 
Devo mais do que paguei


João Pessoa, 31 de Julho 2020

domingo, 26 de julho de 2020

A BELEZA DA FLOR QUE NOS ENCANTA À RAIZ - ENTERRADA -DEVE A VIDA

A BELEZA DA FLOR QUE NOS ENCANTA
À RAIZ - ENTERRADA -DEVE A VIDA

Alder Júlio Ferreira Calado

Cada neto ou neta rememora
Vez  por outra, revive em sua mente
Seus avôs e avós sempre presentes
Um tesouro a nunca jogar fora
E suas vidas marcando, a cada hora
Quanto bem daí brota, em suas lidas
E lembranças recolhem,tão queridas
Sua postura exemplar nos acalanta
A beleza da flor que nos encanta
À raiz - enterrada - deve a vida

Às vovós e vovôs e com ternura
De seus netos inteira gratidão
Seus exemplos fecundos assim vão
Reforçando um legado que perdura
Gratos, pois, nesta vida e na futura
Quão fecunda da avó é sua lida
Pelo avô com carinho bem servida
Na cozinha, à vovó ninguém suplanta
Também não no cuidado de suas plantas
A beleza da flor que nos encanta
À raiz - enterrada - deve a vida

A Francisca e José; João e Maria
Estes versos dedico, em gratidão
Seu exemplo de vida não foi vão
Só depois, é que a gente avalia
Quanto bem nos fizeram - que alegria!
Seus exemplos inspiram nossa lida
E a tornam fecunda, bem curtida
Tal lembrança dá frutos, outros planta
Nos protejam com sua doce manta
A beleza da flor que nos encanta
À raiz - enterrada - deve a vida

    João Pessoa, 26 de julho de 2020

SE QUEM BANCA A IMPRENSA É A BURGUESIA DESTA SÃO AS IDÉIAS PREVALENTES

SE QUEM BANCA A IMPRENSA É A BURGUESIA 
DESTA SÃO AS IDÉIAS PREVALENTES

Alder Júlio Ferreira Calado


Fatos graves ocorrem, todo dia
No Brasil e no mundo, tão diversos
Que a mídia repassa ao Universo
Só reporta os que bem ela aprecia
Os demais ignora, com apatia
Os canais só atuam em corrente
Mesmo aqueles chamados concorrentes
Não hesitam cortar à revelia
Se quem banca a imprensa é a burguesia
desta são as idéias prevalentes

Parodiando um dito popular
Quem viver do pirão que ponho na mesa
Retribui: pela mesma cartilha reza
Assim vige a imprensa do lugar
Eis um fato, que é fácil comprovar
Quem controla a imprensa, faz a mente
Os valores burgueses pondo à frente
O exercício da crítica se esvazia
Se quem banca a imprensa é a burguesia
Desta são as idéias prevalentes 

Mesmo os fatos que ecoam em sua prosa
com a verdade não guardam compromisso
comentários que fazem são postiços
De prestígio legítimo não se goza
Só ingênuos avaliam a têm como formosa
SBT, Estadão são recorrentes
CNN, Record confundem mentes
Rede Globo também ao tom se alia
 Se quem banca a imprensa é a burguesia
 desta são as idéias prevalentes


Num Congresso de imprensa-anos oitenta
Uma fala impactou pela ousadia
Se me dessem a Globo, eu faria
As mudanças profundas, não sangrentas
Pelo alcance do público que sustenta
O sentido da fala é transparente
Indicando o controle sobre as gentes
O midiático poder bem avalia
Se quem banca a imprensa pe a burguesia
Desta são as idéias prevalentes

Não somente nos fatos são omissos
 Os canais da Imprensa Oficial
Lei os fatos com  lente especial
 Cada fato envergam qual caniço
Invertendo o sentido, ao falar nisso
Manipulam os ingênuos sutilmente
 A cabeça fazendo desta gente
Estratégia vulpina Que arrepia
Se quem banca a imprensa é a burguesia
 Desta são as idéias prevalentes

Recomendo visita a outros tantos
TVT,  247 e outros mais
Tese Onze, boitempo são colossais
Breno Altmann, Jonas, eu garanto
Zé Reinaldo também nos traz Encanto
Movimentos do campo fazem a gente
Nos animam os urbanos, igualmente
A vencer pandemônio e pandemia 
Se quem banca a imprensa é a burguesia
 Desta são as idéias prevalentes

Mas, nem tudo anda mal, em nossa imprensa
No que prende-se ao trabalho na covid
Justo mérito com a Globo se divide
O governo, porém, tem culpa imensa
Genocídio a imputar-lhe até se pensa
Da saúde o ministro, incompetente
Cloroquina prescreve a toda a gente
Com política nociva e arredia
Se quem banca a imprensa é a burguesia
 Desta são as idéias prevalente

Quais os passos matreiros preferidos
No tocante a estratégias geopolíticas?
Às potências centrais evita as críticas
Contra força adversa forja ruídos
Nos conflitos com a China assim tem sido
Contra Rússia estratégia é recorrente
Reproduz fake news" constantemente
Ao bom senso mais óbvio renúncia
Se quem banca a imprensa é a burguesia
Desta são as idéias prevalentes


No desmonte operado no Brasil
Desde a PEC do tal teto dos gastos
Os estragos se dão sempre mais vastos 
Arruínam o Trabalho plano-vil!
Desemprego aumentando em escala mil
Resta emprego precário, intermitente
A barbárie sufoca, o povo sente
Ao setor mais atroz mídia se alia
Se quem banca a imprensa é a burguesia
Desta são as ideias prevalentes

Vem o novo desmonte, e foca a lente
A imprensa apoiou mais um malfeito
E punindo o povão já tão sujeito
Guedes-Maia, apoia indiferente
Diferença entre os dois nenhuma sente
Mais tributos injustos, indecentes
A mentira de novo toma a frente
À aliança perversa se associa
Se quem banca a imprensa é a burguesia 
Desta são as idéias prevalentes


João Pessoa, 26/07/2020