JOVENS SACODEM A CONSCIÊNCIA PLANETÁRIA DOS
HUMANOS: traços da ação revolucionária dos jovens, inclusive da adolescente
Greta Thunberg.
Alder Júlio Ferreira Calado
Nas últimas décadas, face às
crescentes devastações e outras manifestações do aquecimento global, têm sido
os jovens os principais protagonistas de iniciativas vigorosas, em defesa do
Planeta. No momento em que, graças a insânia do desgoverno Bolsonaro e seus
apoiadores necrófilos a Amazônia e outros biomas, segue ardendo em chamas,
resulta fundamental acompanharmos e nos comprometermos com diversas ações em
defesa do Planeta e dos humanos, protagonizadas por centenas de milhares de
jovens espalhados pelos diversos continentes, em cerca de 1659 cidades de 105
países (cf. https://www.anda.jor.br/2019/04/adolescente-vegana-vence-o-prix-liberte-e-doa-premio-de-mais-de-r-100-mil-para-ongs/).
A
este propósito, julgamos oportuno destacar o papel relevante cumprido por uma
adolescente de 17 anos Greta Thunberg, a liderar, a partir do seu país
(Suécia), o movimento de jovens que, às sextas-feiras (“Fridays for Future”)
reúnem-se em frente ao parlamento, a fim de clamarem por políticas
socioambientais. Vale a pena, a este respeito, (re)ouvir/ver o vídeo ou (re)ler
o respectivo texto, pronunciado, ainda recentemente na Polônia durante um
encontro internacional acerca das urgências socioambientais: cf. https://www.youtube.com/watch?v=dmOLlJBig8E
Se,
de um lado, devemos saudar o avanço de conhecimento, de que se dispõe hoje
sobre os malfeitos socioambientais, não podemos e não devemos, por outro lado,
também desconhecer que o simples tomar conhecimento não é suficiente para frear
os instintos deletérios dos humanos contra o planeta. As várias conferências
climáticas realizadas desde inícios dos anos 1970 contando inclusive com a Rio
92 e outras q se lhe seguiram, não têm logrado o cumprimento assumido pelos
participantes das tarefas acordadas, em relação ao efetivo combate do
aquecimento global e suas gravíssimas consequências.
Daí
a nossa responsabilidade de seres humanos e de cidadãos e cidadãs do Planeta,
de tomarmos a sério nossas responsabilidades.
Nestas
linhas, como acima anunciado, nos reporamos à ação protagonista dos jovens,
sem, contudo, esquecer relevantes contribuições, a este respeito, igualmente
oferecidas por outros cidadãos e cidadãs, a exemplo de Francisco, Bispo de
Roma, especialmente por meio de sua encíclica denominada “Laudato Sì”, bem como
por sucessivas intervenções suas, pelo mundo afora.
Aqui,
porém, estamos a sublinhar especificamente a contribuição de uma adolescente,
Greta Thunberg, de quem nos permitimos citar a seguinte intervenção:
“Nós,
os jovens, estamos profundamente preocupados com o nosso futuro. A humanidade
está, atualmente, causando a sexta extinção em massa de espécies e o
sistema climático global está à beira de uma crise catastrófica. Seus impactos
devastadores já são sentidos por milhões de pessoas em todo o mundo. No
entanto, estamos longe de alcançar as metas do Acordo de Paris.
Nós, jovens, somos mais da metade da população
global. Nossa geração cresceu com a crise climática e teremos que lidar com
isso pelo resto de nossas vidas. Apesar disso, a maioria de nós não está
incluída no processo decisório local e global. Nós somos o futuro sem voz
da humanidade.
Nós não aceitaremos mais essa injustiça. Nós
exigimos justiça climática! Exigimos justiça para todas as vítimas
passadas, atuais e futuras da crise climática. Por isso estamos lutando!
Milhares de jovens tomaram as ruas, nas últimas semanas, em todo o mundo. Agora
vamos fazer nossas vozes serem ouvidas. No dia 15 de março, protestaremos em
cada continente.
Temos que, finalmente, tratar a crise climática
como uma crise. É a maior ameaça na história da humanidade e não aceitaremos a
nossa extinção. Nós não aceitaremos uma vida com medo e devastação. Temos
o direito de viver nossos sonhos e esperanças. As mudança climáticas já
acontecem. Pessoas morreram, estão morrendo e vão morrer por causa disso, mas
podemos e vamos parar com essa loucura.
Nós, os jovens, começamos a nos mobilizar. Nós
vamos mudar o destino da humanidade, quer você goste ou não. Unidos vamos nos
levantar no dia 15 de março e muitas vezes mais, até vermos a justiça
climática. Exigimos que os tomadores de decisão do mundo assumam a responsabilidade
e resolvam essa crise ou renunciem.
Vocês nos falharam no passado. Se vocês continuarem
nos falhando no futuro, nós, os jovens, faremos a mudança acontecer por nós
mesmos. A juventude desse mundo começou a se mobilizar e não vamos parar!”
Reconhecendo a densa contribuição
dessa jovem, especialmente fortalecida pelo seu testemunho de vida, sentimo-nos
remetidos a outras tantas ocasiões, em que indivíduos fizeram e fazem a
diferença, nos processos de mudança, ao longo da história. Toda via sua ação só
resulta fecunda, com o nosso compromisso coletivo de levar adiante suas
provocações, em favor da causa libertária do Planeta e dos humanos.
Estamos mesmo dispostos a fazer, cada
um, cada uma, nossa parte?
João Pessoa, 16 de setembro de 2019.
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