segunda-feira, 16 de setembro de 2019

JOVENS SACODEM A CONSCIÊNCIA PLANETÁRIA DOS HUMANOS: traços da ação revolucionária dos jovens, inclusive da adolescente Greta Thunberg.


JOVENS SACODEM A CONSCIÊNCIA PLANETÁRIA DOS HUMANOS: traços da ação revolucionária dos jovens, inclusive da adolescente Greta Thunberg.

Alder Júlio Ferreira Calado

Nas últimas décadas, face às crescentes devastações e outras manifestações do aquecimento global, têm sido os jovens os principais protagonistas de iniciativas vigorosas, em defesa do Planeta. No momento em que, graças a insânia do desgoverno Bolsonaro e seus apoiadores necrófilos a Amazônia e outros biomas, segue ardendo em chamas, resulta fundamental acompanharmos e nos comprometermos com diversas ações em defesa do Planeta e dos humanos, protagonizadas por centenas de milhares de jovens espalhados pelos diversos continentes, em cerca de 1659 cidades de 105 países (cf. https://www.anda.jor.br/2019/04/adolescente-vegana-vence-o-prix-liberte-e-doa-premio-de-mais-de-r-100-mil-para-ongs/).

A este propósito, julgamos oportuno destacar o papel relevante cumprido por uma adolescente de 17 anos Greta Thunberg, a liderar, a partir do seu país (Suécia), o movimento de jovens que, às sextas-feiras (“Fridays for Future”) reúnem-se em frente ao parlamento, a fim de clamarem por políticas socioambientais. Vale a pena, a este respeito, (re)ouvir/ver o vídeo ou (re)ler o respectivo texto, pronunciado, ainda recentemente na Polônia durante um encontro internacional acerca das urgências socioambientais: cf. https://www.youtube.com/watch?v=dmOLlJBig8E

Se, de um lado, devemos saudar o avanço de conhecimento, de que se dispõe hoje sobre os malfeitos socioambientais, não podemos e não devemos, por outro lado, também desconhecer que o simples tomar conhecimento não é suficiente para frear os instintos deletérios dos humanos contra o planeta. As várias conferências climáticas realizadas desde inícios dos anos 1970 contando inclusive com a Rio 92 e outras q se lhe seguiram, não têm logrado o cumprimento assumido pelos participantes das tarefas acordadas, em relação ao efetivo combate do aquecimento global e suas gravíssimas consequências.

Daí a nossa responsabilidade de seres humanos e de cidadãos e cidadãs do Planeta, de tomarmos a sério nossas responsabilidades.

Nestas linhas, como acima anunciado, nos reporamos à ação protagonista dos jovens, sem, contudo, esquecer relevantes contribuições, a este respeito, igualmente oferecidas por outros cidadãos e cidadãs, a exemplo de Francisco, Bispo de Roma, especialmente por meio de sua encíclica denominada “Laudato Sì”, bem como por sucessivas intervenções suas, pelo mundo afora.

Aqui, porém, estamos a sublinhar especificamente a contribuição de uma adolescente, Greta Thunberg, de quem nos permitimos citar a seguinte intervenção:

“Nós, os jovens, estamos profundamente preocupados com o nosso futuro. A humanidade está, atualmente, causando a sexta extinção em massa de espécies e o sistema climático global está à beira de uma crise catastrófica. Seus impactos devastadores já são sentidos por milhões de pessoas em todo o mundo. No entanto, estamos longe de alcançar as metas do Acordo de Paris.
Nós, jovens, somos mais da metade da população global. Nossa geração cresceu com a crise climática e teremos que lidar com isso pelo resto de nossas vidas. Apesar disso, a maioria de nós não está incluída no processo decisório local e global. Nós somos o futuro sem voz da humanidade.
Nós não aceitaremos mais essa injustiça. Nós exigimos justiça climática! Exigimos justiça para todas as vítimas passadas, atuais e futuras da crise climática. Por isso estamos lutando! Milhares de jovens tomaram as ruas, nas últimas semanas, em todo o mundo. Agora vamos fazer nossas vozes serem ouvidas. No dia 15 de março, protestaremos em cada continente.
Temos que, finalmente, tratar a crise climática como uma crise. É a maior ameaça na história da humanidade e não aceitaremos a nossa extinção. Nós não aceitaremos uma vida com medo e devastação. Temos o direito de viver nossos sonhos e esperanças. As mudança climáticas já acontecem. Pessoas morreram, estão morrendo e vão morrer por causa disso, mas podemos e vamos parar com essa loucura.
Nós, os jovens, começamos a nos mobilizar. Nós vamos mudar o destino da humanidade, quer você goste ou não. Unidos vamos nos levantar no dia 15 de março e muitas vezes mais, até vermos a justiça climática. Exigimos que os tomadores de decisão do mundo assumam a responsabilidade e resolvam essa crise ou renunciem.
Vocês nos falharam no passado. Se vocês continuarem nos falhando no futuro, nós, os jovens, faremos a mudança acontecer por nós mesmos. A juventude desse mundo começou a se mobilizar e não vamos parar!”

Reconhecendo a densa contribuição dessa jovem, especialmente fortalecida pelo seu testemunho de vida, sentimo-nos remetidos a outras tantas ocasiões, em que indivíduos fizeram e fazem a diferença, nos processos de mudança, ao longo da história. Toda via sua ação só resulta fecunda, com o nosso compromisso coletivo de levar adiante suas provocações, em favor da causa libertária do Planeta e dos humanos.
Estamos mesmo dispostos a fazer, cada um, cada uma, nossa parte?

João Pessoa, 16 de setembro de 2019.


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