sábado, 25 de abril de 2020

Consciente, se elejo um incapaz Compartilho também de seus malfeitos

Consciente, se elejo um incapaz
Compartilho também de seus malfeitos

Alder Júlio Ferreira Calado

Acompanho com dor o que se passa 
Nas esferas do mundo e do Brasil 
Com efeitos danosos, mais de mil 
Quando o vírus se expande em toda praça 
Se propaga a doença, e o mal grassa
Outro vírus tem desfeito
Os avanços históricos por direito
Aumentando o terror, tirando a paz 
Consciente, se elejo um incapaz
Compartilho também de seus malfeitos

Más escolhas ocorrem, não duvido
Há, contudo, escolhas para as quais 
Bons critérios se tornam essenciais 
Na política também isto é devido 
Refletir sobre o fato então convido 
Na campanha de dois anos atrás 
Um grupelho aciona, de mil jeitos
A esquemas de fora então afeitos
Consciente, se elejo um incapaz
Compartilho também de seus malfeitos

Lições tantas agora a recolher 
Esqueci por acaso o que dizia 
postulante com a sua companhia?
que fazia então em meu lazer?
Por que não dos dois lados me abster 
Se eu julgasse o outro lado não aceito?
Não teria a curtir culpa no feito
Que dizer, se surfei neste rapaz?
Consciente, se elejo um incapaz
Compartilho também de seus malfeitos 

Se cristão me confesso - Jesus por guia
Eu não devo tomar estrada inversa
A não ser que não passe de conversa
Pois assim, torno a fé morta, vazia
Defender a tortura - quem diria!
Apoiar armamentos, incêndios feitos
Destruir a Natura e os direitos
Perseguir índios, negros e os demais
Consciente, se elejo um incapaz
Compartilho também de seus malfeitos

Como foi que meti-me com essa gente?
Se também me associo a sua mentira
Que rever essa prática eu prefira!
A não ser que eu me toque, e de repente
Eu me entregue a mudar a minha mente
Neste caso, eu evito um novo pleito
Renuncio, afinal, a ser eleito
Repetir meu caminho, sentido faz?
Consciente, se elejo um incapaz
Compartilho também de seus malfeitos

 João Pessoa, 25 de abril de 2020

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