Consciente, se elejo um incapaz
Compartilho também de seus malfeitos
Alder Júlio Ferreira Calado
Acompanho com dor o que se passa
Nas esferas do mundo e do Brasil
Com efeitos danosos, mais de mil
Quando o vírus se expande em toda praça
Se propaga a doença, e o mal grassa
Outro vírus tem desfeito
Os avanços históricos por direito
Aumentando o terror, tirando a paz
Consciente, se elejo um incapaz
Compartilho também de seus malfeitos
Más escolhas ocorrem, não duvido
Há, contudo, escolhas para as quais
Bons critérios se tornam essenciais
Na política também isto é devido
Refletir sobre o fato então convido
Na campanha de dois anos atrás
Um grupelho aciona, de mil jeitos
A esquemas de fora então afeitos
Consciente, se elejo um incapaz
Compartilho também de seus malfeitos
Lições tantas agora a recolher
Esqueci por acaso o que dizia
postulante com a sua companhia?
que fazia então em meu lazer?
Por que não dos dois lados me abster
Se eu julgasse o outro lado não aceito?
Não teria a curtir culpa no feito
Que dizer, se surfei neste rapaz?
Consciente, se elejo um incapaz
Compartilho também de seus malfeitos
Se cristão me confesso - Jesus por guia
Eu não devo tomar estrada inversa
A não ser que não passe de conversa
Pois assim, torno a fé morta, vazia
Defender a tortura - quem diria!
Apoiar armamentos, incêndios feitos
Destruir a Natura e os direitos
Perseguir índios, negros e os demais
Consciente, se elejo um incapaz
Compartilho também de seus malfeitos
Como foi que meti-me com essa gente?
Se também me associo a sua mentira
Que rever essa prática eu prefira!
A não ser que eu me toque, e de repente
Eu me entregue a mudar a minha mente
Neste caso, eu evito um novo pleito
Renuncio, afinal, a ser eleito
Repetir meu caminho, sentido faz?
Consciente, se elejo um incapaz
Compartilho também de seus malfeitos
João Pessoa, 25 de abril de 2020
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