terça-feira, 2 de março de 2021

REPENSAR ENTRE NÓS DEMOCRACIA / NOS IMPÕE SER REVISTA A SEGURANÇA

 REPENSAR ENTRE NÓS DEMOCRACIA

NOS IMPÕE SER REVISTA A SEGURANÇA 


Alder Júlio Ferreira Calado


Repertório complexo se apresenta

A quem ousa enfrentar desafios

Consciente dos caminhos arredios

Não fazê-lo, porém, em nada assenta

Atitudes de massa desatenta

A quem busca inda que com tardança

Algum traço de resposta sempre alcança

Ponto-chave do alvo atingiria

Repensar entre nós Democracia

Nos impõe ser revista a segurança


No contexto democrático, aos civis 

É preciso dar rumo ao coletivo

Qual rumo, quais os meios, quais os crivos?

Carta Magna é que põe pontos nos ís

Militares sujeitos aos civis 

No Brasil, péssimo hábito é “quartelança”

Por ter armamento, a farda avança

O teor democrático nega, esvazia

Repensar entre nós Democracia

Nos impõe ser revista a segurança


Tendo em vista a questão que é central

Segurança é um meio, não um fim

O Exército é instrumento, sendo assim

O teor democrático é o fanal

A Lei Magna diz isto, e como tal

Não à farda o papel de governança

Do contrário, ao abismo o Brasil lança

Só o Povo detém soberania

Repensar entre nós Democracia

Nos impõe ser revista a segurança


Nesta linha, que a gente ganhe as ruas

Expressando repúdio à vil tutela

De uma voz arrogante como aquela

De patente que, em livro, continua

Faz-se urgente deter quartelada sua

Recorrendo ao Supremo, sem tardança

Que contenha a barbárie que avança

Do contrário mantém-se arredia

Repensar entre nós Democracia

Nos impõe ser revista a segurança


O conjunto do Povo e a Lei Maior

É que devem reger toda a Nação

Militares respeito lhe devem, então

Servidores do Povo, não seu Senhor

Fora disto é baderna, lei de major

Da Nação são as armas, e governança

Usurpar tal poder ao país lança

Em sangrenta tragédia, que desafia

Repensar entre nós Democracia

Nos impõe ser revista a segurança


Ai do Povo que se deixa dominar

Por tiranos que usurpam seu poder

Foi deixando o inimigo corroer

Desatento a sua astúcia cavalar

Desdenhando sua força a desmontar

Os pilares de nossa governança

Parlamento, Justiça, e assim alcança

Põe em xeque um Governo que avaria

Repensar entre nós Democracia

Nos impõe ser revista a segurança


Em conversas em livro publicado

General seus malfeitos não esconde

Confirmando qual mesmo é o seu bonde

Desbordando de muito o seu “quadrado”

Bem indica quais são seus aliados

Os que querem da Amazônia a matança

E a mata no chão, então, se lança

Sociedade, Justiça desafia

Repensar entre nós Democracia

Nos impõe ser revista a segurança


Nas memórias do livro vindo à tona

Há registros que impactam, sendo graves

Pois agridem o Direito, são entraves

Comandante do Exército desabona

Candidato concorrente pondo em lona

Constrangendo Ministros, com “lambança”

Pretendendo impor pauta arredia

Repensar entre nós Democracia

Nos impõe ser revista a segurança


Promovendo conversas com candidatos

Se imiscui claramente no processo

As Memórias relato - não me apresso

Bolsonaro ele apóia - isto é exato

Com pressão e ameaça - eis outro fato

A Ministra suscita insegurança

Apesar do protesto, mantém-se “mansa”

Com a omissão, a vitória se daria

Repensar entre nós Democracia

Nos impõe ser revista a segurança


Como em outras instâncias do Estado

Na Marinha, Exército e Força Aérea

Exceções também correm nas artérias

Estes são conhecidos como honrados

Mas são poucos os que ouvem seu recado

O país tropeçando nesta “dança”

A extrema Direita é quem avança

Um processo de horror, que arrepia

Repensar entre nós Democracia

Nos impõe ser revista a segurança


É preciso dar fim, de uma vez

À infame cultura de quartelada

Ilegítima, imoral, mancomunada

Com as forças do espectro burguês

Que espalham a barbárie e a estupidez

Consciência cidadã mostra pujança

Pois o povo do Governo já se cansa

Sua luta não há de ser tardia

Repensar entre nós Democracia

Nos impõe ser revista a segurança


João Pessoa, 02 de março de 2021












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