REPENSAR ENTRE NÓS DEMOCRACIA
NOS IMPÕE SER REVISTA A SEGURANÇA
Alder Júlio Ferreira Calado
Repertório complexo se apresenta
A quem ousa enfrentar desafios
Consciente dos caminhos arredios
Não fazê-lo, porém, em nada assenta
Atitudes de massa desatenta
A quem busca inda que com tardança
Algum traço de resposta sempre alcança
Ponto-chave do alvo atingiria
Repensar entre nós Democracia
Nos impõe ser revista a segurança
No contexto democrático, aos civis
É preciso dar rumo ao coletivo
Qual rumo, quais os meios, quais os crivos?
Carta Magna é que põe pontos nos ís
Militares sujeitos aos civis
No Brasil, péssimo hábito é “quartelança”
Por ter armamento, a farda avança
O teor democrático nega, esvazia
Repensar entre nós Democracia
Nos impõe ser revista a segurança
Tendo em vista a questão que é central
Segurança é um meio, não um fim
O Exército é instrumento, sendo assim
O teor democrático é o fanal
A Lei Magna diz isto, e como tal
Não à farda o papel de governança
Do contrário, ao abismo o Brasil lança
Só o Povo detém soberania
Repensar entre nós Democracia
Nos impõe ser revista a segurança
Nesta linha, que a gente ganhe as ruas
Expressando repúdio à vil tutela
De uma voz arrogante como aquela
De patente que, em livro, continua
Faz-se urgente deter quartelada sua
Recorrendo ao Supremo, sem tardança
Que contenha a barbárie que avança
Do contrário mantém-se arredia
Repensar entre nós Democracia
Nos impõe ser revista a segurança
O conjunto do Povo e a Lei Maior
É que devem reger toda a Nação
Militares respeito lhe devem, então
Servidores do Povo, não seu Senhor
Fora disto é baderna, lei de major
Da Nação são as armas, e governança
Usurpar tal poder ao país lança
Em sangrenta tragédia, que desafia
Repensar entre nós Democracia
Nos impõe ser revista a segurança
Ai do Povo que se deixa dominar
Por tiranos que usurpam seu poder
Foi deixando o inimigo corroer
Desatento a sua astúcia cavalar
Desdenhando sua força a desmontar
Os pilares de nossa governança
Parlamento, Justiça, e assim alcança
Põe em xeque um Governo que avaria
Repensar entre nós Democracia
Nos impõe ser revista a segurança
Em conversas em livro publicado
General seus malfeitos não esconde
Confirmando qual mesmo é o seu bonde
Desbordando de muito o seu “quadrado”
Bem indica quais são seus aliados
Os que querem da Amazônia a matança
E a mata no chão, então, se lança
Sociedade, Justiça desafia
Repensar entre nós Democracia
Nos impõe ser revista a segurança
Nas memórias do livro vindo à tona
Há registros que impactam, sendo graves
Pois agridem o Direito, são entraves
Comandante do Exército desabona
Candidato concorrente pondo em lona
Constrangendo Ministros, com “lambança”
Pretendendo impor pauta arredia
Repensar entre nós Democracia
Nos impõe ser revista a segurança
Promovendo conversas com candidatos
Se imiscui claramente no processo
As Memórias relato - não me apresso
Bolsonaro ele apóia - isto é exato
Com pressão e ameaça - eis outro fato
A Ministra suscita insegurança
Apesar do protesto, mantém-se “mansa”
Com a omissão, a vitória se daria
Repensar entre nós Democracia
Nos impõe ser revista a segurança
Como em outras instâncias do Estado
Na Marinha, Exército e Força Aérea
Exceções também correm nas artérias
Estes são conhecidos como honrados
Mas são poucos os que ouvem seu recado
O país tropeçando nesta “dança”
A extrema Direita é quem avança
Um processo de horror, que arrepia
Repensar entre nós Democracia
Nos impõe ser revista a segurança
É preciso dar fim, de uma vez
À infame cultura de quartelada
Ilegítima, imoral, mancomunada
Com as forças do espectro burguês
Que espalham a barbárie e a estupidez
Consciência cidadã mostra pujança
Pois o povo do Governo já se cansa
Sua luta não há de ser tardia
Repensar entre nós Democracia
Nos impõe ser revista a segurança
João Pessoa, 02 de março de 2021
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