Por seus frutos, a árvore se conhece
Capital só produz miséria e morte
Alder Júlio Ferreira Calado
Dividiram entre si médio Oriente
Séculos antes, ilharam nossos povos
Das Américas colheram recursos novos
Massacraram, roubaram, impunemente
E assim vêm sofrendo nossas gentes
Seu racismo se faz também no esporte
‘Té na fé, tenta impor, impõe lei - a do mais forte
Importante é manter seus interesses
Por seus frutos, a árvore se conhece
Capital só produz miséria e morte
Invenções e saberes milenares
Produzidos por povos tão diversos
Perscrutando os fenômenos do Universo
Europeus os transferem a seus lares
Da autoria se apossam, cavalares
Foi assim que pilharam, os do Norte
Africanos, indígenas, povos fortes
Apostando em que tudo certo desse
Por seus frutos, a árvore se conhece
Capital só produz miséria e morte
Grandes guerras modernas, quem alimenta?
Armamentos letais, quem os produz?
Quem venenos espalha, à plena luz?
Essa gente é hipócrita, não é isenta
Pra ganhar lucro fácil, tudo arrebenta
A Amazônia destrói, com boi de corte
Garimpeiros destroçam lugares fortes
São infindos os casos, eis sua messe
Por seus frutos a árvore se conhece
Capital só produz miséria e morte
De onde vem o fasci-nazi-sionismo?
E a miséria dos pobres mundo afora?
A Mãe-Terra, os humanos, quem devora?
Um punhado de ricos, já não cismo
Ocidente sempre amplia trágico abismo
Quem desastres produz, de grande porte?
Brumadinho, Mariana, há quem suporte?
É preciso lutar, não basta a prece
Por seus frutos, a árvore se conhece
Capital só produz miséria e morte
Quem a crise climática precipita?
Quem massacra africanos, palestinos?
Genocídio em Gaza é cristalino
Sul-global denuncia tal desdita
Expressão de pilhagens vis, malditas
Os demônios, enfim, descem do Norte
Do império provêm, são seus consortes
Desmentindo, sua marca de “finesse”
Por seus frutos, a árvore se conhece
Capital só produz miséria e morte
Um milhão de detentos no Brasil
Maioria de pretos, pobres, pardos
Com processos (ou sem), sempre em retardo
Mas, os ricos, espertos, de modos mil
Sempre arranjam quem preste serviço vil
Do real sempre impondo seu recorte
A verdade, sempre há quem a aborte
Pelos atos, nada valem suas preces
Por seus frutos, a árvore se conhece
Capital só produz miséria e morte
João Pessoa, 16 de Dezembro de 2023
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