sábado, 16 de dezembro de 2023

Por seus frutos, a árvore se conhece, Capital só produz miséria e morte.

                                                      Por seus frutos, a árvore se conhece

Capital só produz miséria e morte


Alder Júlio Ferreira Calado 


Dividiram entre si médio Oriente

Séculos antes, ilharam nossos povos

Das Américas colheram recursos novos

Massacraram, roubaram, impunemente

E assim vêm sofrendo nossas gentes

Seu racismo se faz também no esporte

‘Té na fé, tenta impor, impõe lei - a do mais forte

Importante é manter seus interesses

Por seus frutos, a árvore se conhece

Capital só produz miséria e morte


Invenções e saberes milenares

Produzidos por povos tão diversos

Perscrutando os fenômenos do Universo

Europeus os transferem a seus lares 

Da autoria se apossam, cavalares 

Foi assim que pilharam, os do Norte  

Africanos, indígenas, povos fortes 

Apostando em que tudo certo desse

Por seus frutos, a árvore se conhece

Capital só produz miséria e morte


Grandes guerras modernas, quem alimenta?

Armamentos letais, quem os produz?

Quem venenos espalha, à plena luz?

Essa gente é hipócrita, não é isenta

Pra ganhar lucro fácil, tudo arrebenta 

A Amazônia destrói, com boi de corte 

Garimpeiros destroçam lugares fortes

São infindos os casos, eis sua messe

Por seus frutos a árvore se conhece

Capital só produz miséria e morte


De onde vem o fasci-nazi-sionismo?

E a miséria dos pobres mundo afora?

A Mãe-Terra, os humanos, quem devora?

Um punhado de ricos, já não cismo

Ocidente sempre amplia trágico abismo 

Quem desastres produz, de grande porte?

Brumadinho, Mariana, há quem suporte?

É preciso lutar, não basta a prece

Por seus frutos, a árvore se conhece

Capital só produz miséria e morte


Quem a crise climática precipita?

Quem massacra africanos, palestinos?

Genocídio em Gaza é cristalino

Sul-global denuncia tal desdita 

Expressão de pilhagens vis, malditas

Os demônios, enfim, descem do Norte

Do império provêm, são seus consortes

Desmentindo, sua marca de “finesse”

Por seus frutos, a árvore se conhece

Capital só produz miséria e morte


Um milhão de detentos no Brasil

Maioria de pretos, pobres, pardos

Com processos (ou sem), sempre em retardo

Mas, os ricos, espertos, de modos mil

Sempre arranjam quem preste serviço vil

Do real sempre impondo seu recorte

A verdade, sempre há quem a aborte

Pelos atos, nada valem suas preces 

Por seus frutos, a árvore se conhece

Capital só produz miséria e morte 


João Pessoa, 16 de Dezembro de 2023   


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