Mais que a fala, meu agir mostra quem sou
Ele induz a um processo humanizante?
Alder Júlio Ferreira Calado
Em um mundo propenso à lassidão
A palavra empenhada é coisa rara
Aparelhos de ponta, na internet
Não garantem uma boa relação
Até podem ajudar isolamento
Eu me valho de meios sofisticados
Para ouvir e falar com quem eu quero…
Nessa bolha me torno ser excludente
E abuso de desculpas refinadas
Me acostumo a dizer somente “sim”
E, podendo ou não, deixo pra lá
Se me cobram, depois me justifico
Pois de tanto bater na mesma tecla
Já me sinto, no caso, um bom perito
Ninguém é obrigado a prometer
Se o faço, eu assumo um compromisso
Circunstância adversa ocorrendo,
Pode ser que não a cumpra, em tempo hábil
Banaliza promessa, quem não a cumpre
Surge, então, uma fábrica de excusas…
Sendo assim, a palavra vale pouco
Confiança, então, faço retrair
Valho só quanto vale minha atitude.
Confiança se esvai, quebra a palavra
Se desisto de fazer a autocrítica
Já não posso atestar por minha prática
Quanto mais se promete em profusão
tanto menos se cruprem o prometido
É nas horas incertas, que se sabe
Quem é mesmo o amigo verdadeiro
Onde está meu tesouro, aí também
Se encontra igualmente meu coração
João Pessoa, 10 de Janeiro de 2024
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