quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Ocidente e Hecatombe: Entre trevas e pouca luz

 Ocidente e Hecatombe: Entre trevas e pouca luz


Alder Júlio Ferreira Calado


A Modernidade ocidental, não bastassem as crescentes ameaças à vida no Planeta, segue marcada pelas crescentes manifestações de violência de chacinas, praticadas despudoradamente e às escâncaras, contra o Planeta, os humanos e os demais viventes, sob a égide do mais perverso Capitalismo. As últimas décadas vêm-se revelando como um palco de horrores. A despeito de múltiplas pesquisas e dados científicos a atestaram os esdrúxulos índices da emergência climática - incessante elevação da temperatura dos oceanos, frequência e intensidade de diversos eventos catástroficos (estiagens prolongadas, enchentes devastadoras, furacões letais, entre outros) -. 


Os constantes protestos e denúncias contra o aumento de epidemias, da miséria e da fome de parte expressiva dos humanos estão longe de ser escutados pelas grandes potências ditas democráticas e seus organismos multilaterais (a começar pela ONU), controlados que são pelo poder insano dos grandes conglomerados transnacionais (a indústria e o comércio de grandes armamentos  bélicos, as grandes empresas de petróleo, as chamadas “Big-techs”, os mega-laboratórios farmacêuticos, os controladores da economia financeirizada, entre outros). Pior do que isto: tais protestos não só não têm sido escutados, mas, ao contrário, as profundas desigualdades sociais não cessam de se agravar: um punhado de bilionários concentram em suas mãos riquezas correspondentes a dezenas de nações…


No âmbito da Política, as relações continuam a degradar-se. Os estados nacionais, do centro e da periferia do sistema, não cessam de perder força, na aplicação de decisões ditas democráticas. Nos próprios países centrais do capitalismo, que se auto proclamam democráticos, retrocedem, a olhos vistos, ante o crescente avanço de forças tenebrosas, inclusive de feição nazifascista (haja vista o que se passa na Hungria, Itália, na França, Inglaterra, na Alemanha, na Áustria, em Portugal, Espanha, Holanda, Suécia  e outros, onde prosperam, inclusive no plano eleitoral, partidos como “Jobbik” “Fratelli d'Italia”  “Front National”, “British National Party” “Alternative für Deutschland” “Freiheitliche partei Österreich” “Chega” “Vox” “Partij de Vrijheid” “Sverigedemokraterna”).

Estas forças nazifascista além de profundos estragos locais, se expandem em rede internacional, em orgânica relação com a extrema direita que opera nos Estados Unidos, seja no Partido Republicano, seja no Partido Democrata, seja em dinâmica associação ao chamado “Deep State”, de modo a também se reproduzirem nos países periféricos, de que são exemplo, no Brasil, o Bolsonarismo, atualmente disputado pelo candidato Pablo Marçal, em São Paulo, e a Argentina de Javier Milei. 


No exato momento em que refletimos sobre este cenário, a ilustração mais impactante nos remete ao genocídio do Povo Palestino, perpretado pelo Estado sionista de Israel, do qual são cúmprises os Estados Unidos e as grandes potências ocidentais. recorrendo à cumplicidade da mídia hegemônica, o Estado sionista de Israel manipula informações, tentando inverter fatos e situações, a seu favor, ao tempo em que, desde meados do século passado, segue ocupando territórios do Povo Palestino e invadindo diversos países da região, como agora o faz no Líbano, bombardeando sua capital, bem como a capital da Síria e do IÊMEN, chegando inclusive a cometer crimes contra o Irã (do qual recebe retaliações). 


Por outro lado, não devemos ignorar a ocorrência de sinais positivos, observáveis no mundo, na América Latina. Em escala internacional, acompanhamos, com interesse, a irrupção de sinais alvissareiros emitidos especialmente pela China, que emerge no cenário internacional como protagonista de relações multilaterais, sempre a insistir na necessidade e urgência de superação de relações imperialistas entre os povos.   


No caso do Brasil, também vivemos situações contraditórias. no momento em que escrevemos estas linhas, acaba de ocorrer o primeiro turno das eleições municipais, cujos resultados atestam um crescimento eleitoral e político de forças reacionárias, em detrimento das classes populares, para as quais as eleições continuam sendo um campo minado, um terreno quase sempre hostil, principalmente em tempos de orçamento secreto, “emendas pix”, fundo partidário bilionário, um Congresso cada vez mais controlado por forças tenebrosas, enquanto os Movimentos Populares, em sua maioria, seguem em letargia. Em breve, em grande medida, o cenário nacional reflete o que se passa em escala internacional.

Consola-nos, entretanto, colocar-nos em perspectiva histórica, observando o que se passa nas correntezas subterrâneas, que muito nos alimentam a esperança, seja no âmbito internacional, seja no plano latino-americano, seja ainda no terreno nacional. Para tanto, não nos basta querer dar-nos à espera passivamente, mas assumir nossas responsabilidades sobretudo na retomada do Trabalho de Base.


João Pessoa, 09 de Outubro de 2024


                  


Nenhum comentário:

Postar um comentário