segunda-feira, 10 de fevereiro de 2025

Sinais da Hecatombe Nazi-sionista: Entre a letargia e o despertar das forças libertárias

Sinais da Hecatombe Nazi-sionista: Entre a letargia e o despertar das forças libertárias

 

Alder Júlio Ferreira Calado

 

Muito antes da era Trump, já vinham sendo múltiplos e crescentes os sinais de barbárie emitidos pela ascensão da extrema Direita, em escala mundial, inclusive no Brasil. Uma rápida rememoração de fatos mais graves - o descaso em relação às crescentes catástrofes climáticas, a expansão mundial (e no Brasil) do neo-nazifacismo, o genocídio em Gaza, o controle da mídia hegemônica e das redes digitais pelas “Big-techs”, as incursões golpistas no mundo e na América Latina, o bolsonarismo, o fundamentalismo religioso, o aliancismo, a letargia das forças de Esquerda, só para mencionar alguns - nos permite ter presente o caráter sombrio da atual quadra histórica, diante da qual, a exemplo do que sucedeu em outros tempos, somos instados a tomar posição de resistência e de enfrentamento, inclusive na esteira do que costumava assinalar o filósofo da Práxis, ao lembrar que os humanos não se colocam problemas para os quais não tenham elementos de solução, ou nas próprias palavras do autor, “É por isso que a humanidade só levanta problemas que é capaz de resolver e assim, numa observação atenta, descobrir-se que o próprio problema só surgiu quando as condições materiais para o resolver já existiam ou estava, pelo menos, em vias de aparecer”. (MARX, Karl. “Contribuição à crítica da Economia Política”, Prefácio, São Paulo, Editora Martins Fontes, 2ª Edição p.25).

 

Já em seu tenebroso primeiro governo, Trump, representante maior das forças neonazistas, porta vozes do Capitalismo a serviço das grandes corporações transnacionais - da indústria de armas bélicas, do petróleo, das big-techs, da indústria química dos grandes laboratórios farmacêuticos, do agronegócio, do nazi-sionismo - já havia explicitado a que vinha. As escolhas político-eleitorais da maioria da sociedade estadunidense só tem piorado, pelo menos desde os anos 60. Sob a vã fraseologia democrática, assumida alternadamente por Republicanos e Democratas, os sucessivos governos vêm protagonizando graves retrocessos civilizacionais, não sem a cumplicidade do Ocidente europeu da Cristandade, corresponsável pela maioria das tragédias socioambientais, econômicas, políticas, culturais, de fundamentalismo religioso, de xenofobia, de supremacia racial, de homofobia, de aporofobia, para o que não hesitam em usar e abusar de abomináveis estratégias desprovidas de ética, de compromisso vital com o Planeta, com os humanos e os demais seres, cada vez mais abusando, como tem feito o nazisionismo, da mentira contumaz, da hipocrisia, dá mais estúpida violência, supondo equivocadamente que terão a última palavra sobre os destinos do Planeta e da humanidade.

 

Ao inaugurar seu segundo governo, não por acaso ladeado pelos plutocratas, das “big-techs” (alguns dos quais nomeados agentes públicos), Trump não hesitou em discorrer sobre uma ampla lista programática de seu governo, a ameaçar vários países e a saúde do Planeta, sob o pretexto de fazer um governo simbolizado pelo odioso “MAGA” (“MAKE AMERICA GREAT AGAIN”). Nessa retórica, Trump ameaça apropriar-se de territórios alheios sobretaxar unilateralmente produtos importados, impor normas autoritárias, em franco desrespeito ao Direito Internacional, romper mais uma vez com o acordo de Paris, retirar-se de alguns organismos internacionais, em breve, ameaça incendiar o mundo, mostrando assim a voracidade imperialista que caracteriza seu projeto de governo. Mais recentemente, como se não bastasse, recebeu na Casa Grande, ninguém menos, ninguém mais do que Benjamin Netanyahu, de cujas conversações resultou o anúncio por Trump, de seu projeto de apropriar-se, por meio da cedência pelos sionistas de Israel, do território da palestina, após esvaziar aquele território de Gaza, expulsando toda a população palestina, enviando-as para outros países, com o plano de tornar aquele território uma grande “RIVIERE” para os plutocratas do mundo. Só isso mostra a atrocidade da barbárie nazifascista que o governo Trump, sob a égide do mais perverso Imperialismo quer implantar no mundo.

 

No entanto, o maior e mais grave desafio a enfrentar, é o da letargia da humanidade, em face dos crescentes e cada vez mais devastadores eventos climáticos extremos. A este propósito, há cinco dias, o sociólogo Michael Lowy publicou um texto que merece, pela urgência, atualidade e profundidade de seus argumentos, a mais ampla divulgação. Trata-se de “Um novo conceito ecológico: “humanicídio”. Partindo das graves informações contidas no último relatório divulgado, em Janeiro passado, pelo qual tomamos conhecimento de que, a julgar pela acelerada evolução da temperatura o Institute and Faculty of Actuaries (IFoA) da Exeter University (Reino Unido), reconhecido pela qualidade científica de seus dados, alerta sobre a iminência de algo gravíssimo sobre o qual Michael Lowy adverte enfaticamente, ao afirmar que “no pior dos cenários – com temperaturas 3 acima dos níveis pré-industriais – a mortalidade humana poderá atingir a metade da humanidade, cerca de quatro bilhões de pessoas, vítimas da fome, da falta de água, de doenças, de catástrofes “naturais” (incêndios, inundações, etc.) e de conflitos.” Previsão já para a década de 2050...

 

O autor deste artigo, diante da gravidade das informações prestadas pelo Relatório, propõe acertadamente o conceito de “humanicídio”, para alertar do risco iminente que corremos “rumo ao abismo”. Não o faz, porém, sem denunciar com vigor os principais responsáveis por esta catástrofe anunciada: “A oligarquia fóssil – os formidáveis interesses ligados ao petróleo, ao carvão e ao gás, incluindo não só a exploração dos recursos fósseis, mas também a indústria automobilística, petroquímica e muitos outros ramos da produção capitalista, incluindo os bancos que os financiam, assim como sua expressão política: os governos negacionistas ou inativos” (cf. https://www.ihu.unisinos.br/648389-um-novo-conceito-ecologico-humanicidio-artigo-de-michael-loewy).

 

O propósito dessas linhas é, não tanto detalhar as minúcias deste projeto, necrófilo em marcha, mas sobretudo de alertar nossas organizações de base, dos desafios que estão sendo chamadas a enfrentar, tanto mais quanto assistimos, angustiados, a lentidão ou mesmo a letargia de que vêm sendo tomadas.

 

Sempre que exercitamos a memória histórica dos oprimidos, no decorrer de séculos, buscamos aprender relevantes lições de seus êxitos e de seus fracassos. Um desses ensinamentos vem inspirado no fecundo exercício do método histórico-dialético que nos ensina a buscar e compreender a realidade em perspectiva histórico-crítica, graças à qual nos aproximamos da mesma realidade em movimento, constituída de fatos interligados, realidade a ser dissecada em suas “múltiplas e complexas determinações”, em seu movimento de forças contraditórias que também se acham interconectadas. A este esforço cumpre aduzir o compromisso de transformação desta realidade, de modo a irmos superando o atual modo de produção, de consumo e de gestão societal.

 

Ao revisitarmos os principais processos revolucionários, especialmente desde a Revolução Francesa, a comuna de Paris e as revoluções socialistas do século XX, constatamos terem sido viabilizadas sobretudo pelas organizações de base dessas sociedades - os movimentos sociais, as forças partidárias, sindicais e outras. Sem negarmos algum tipo de contribuição das forças institucionais (o Estado e seus aparelhos) ou institucionalizadas, sentimo-nos instados a reconhecer que, em última instância, foram e continuam sendo as organizações de base às principais protagonistas dos processos revolucionários. Durante as décadas de 1950 a 1980, por exemplo, parecíamos ter mais claramente esta perspectiva que, infelizmente, vem perdurando desde os anos 1990, preferindo priorizar ou mesmo limitar-nos exclusivamente aos espaços governamentais. 

 

Em uma postura de autocrítica e de avaliação de nossas práticas, o que temos recolhido, passamos a compartilhar, em forma de perguntas, algumas inquietações.


·   Quando comparamos os frutos do nosso agir coletivo, por exemplo, entre as décadas 1950 e 1980, de um lado, com o que vimos recolhendo nos últimos trinta anos, por outro, o que constatamos? 

·  Quando ressaltamos nossas lutas, nosso processo organizativo e formativo, assumidos entre 1950 e 1980, que resultados concretos conseguimos alcançar, no campo e na cidade? 

·  E fazendo a mesma pergunta em relação às escolhas que fizemos nas últimas décadas, durante as quais as forças de Esquerda, salvo exceções, têm preferido apostar quase exclusivamente nos processos eleitorais e na participação dos espaços governamentais, que resultados vimos colhendo?

·  Que tal, a partir deste breve exercício de autocrítica, nos dispormos a retomar, em novo estilo, o Trabalho de Base, seja quanto ao nosso processo organizativo, seja ao nosso processo formativo permanente, seja quanto à nossa mobilização (no campo, nas periferias urbanas, em escala nacional e internacional)?


 

João Pessoa, 10 de fevereiro de 2025

 

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---------- Forwarded message ---------
De: Aparecida Paes Barreto <alpaesbarreto@gmail.com>
Date: seg., 10 de fev. de 2025 16:20
Subject: Sinais da Hecatombe Nazi-sionista: Entre a letargia e o despertar das forças libertárias
To: alder júlio <aldercalado@gmail.com>


Sinais da Hecatombe Nazi-sionista: Entre a letargia e o despertar das forças libertárias

 

Alder Júlio Ferreira Calado

 

Muito antes da era Trump, já vinham sendo múltiplos e crescentes os sinais de barbárie emitidos pela ascensão da extrema Direita, em escala mundial, inclusive no Brasil. Uma rápida rememoração de fatos mais graves - o descaso em relação às crescentes catástrofes climáticas, a expansão mundial (e no Brasil) do neo-nazifacismo, o genocídio em Gaza, o controle da mídia hegemônica e das redes digitais pelas “Big-techs”, as incursões golpistas no mundo e na América Latina, o bolsonarismo, o fundamentalismo religioso, o aliancismo, a letargia das forças de Esquerda, só para mencionar alguns - nos permite ter presente o caráter sombrio da atual quadra histórica, diante da qual, a exemplo do que sucedeu em outros tempos, somos instados a tomar posição de resistência e de enfrentamento, inclusive na esteira do que costumava assinalar o filósofo da Práxis, ao lembrar que os humanos não se colocam problemas para os quais não tenham elementos de solução, ou nas próprias palavras do autor, “É por isso que a humanidade só levanta problemas que é capaz de resolver e assim, numa observação atenta, descobrir-se que o próprio problema só surgiu quando as condições materiais para o resolver já existiam ou estava, pelo menos, em vias de aparecer”. (MARX, Karl. “Contribuição à crítica da Economia Política”, Prefácio, São Paulo, Editora Martins Fontes, 2ª Edição p.25).

 

Já em seu tenebroso primeiro governo, Trump, representante maior das forças neonazistas, porta vozes do Capitalismo a serviço das grandes corporações transnacionais - da indústria de armas bélicas, do petróleo, das big-techs, da indústria química dos grandes laboratórios farmacêuticos, do agronegócio, do nazi-sionismo - já havia explicitado a que vinha. As escolhas político-eleitorais da maioria da sociedade estadunidense só tem piorado, pelo menos desde os anos 60. Sob a vã fraseologia democrática, assumida alternadamente por Republicanos e Democratas, os sucessivos governos vêm protagonizando graves retrocessos civilizacionais, não sem a cumplicidade do Ocidente europeu da Cristandade, corresponsável pela maioria das tragédias socioambientais, econômicas, políticas, culturais, de fundamentalismo religioso, de xenofobia, de supremacia racial, de homofobia, de aporofobia, para o que não hesitam em usar e abusar de abomináveis estratégias desprovidas de ética, de compromisso vital com o Planeta, com os humanos e os demais seres, cada vez mais abusando, como tem feito o nazisionismo, da mentira contumaz, da hipocrisia, dá mais estúpida violência, supondo equivocadamente que terão a última palavra sobre os destinos do Planeta e da humanidade.

 

Ao inaugurar seu segundo governo, não por acaso ladeado pelos plutocratas, das “big-techs” (alguns dos quais nomeados agentes públicos), Trump não hesitou em discorrer sobre uma ampla lista programática de seu governo, a ameaçar vários países e a saúde do Planeta, sob o pretexto de fazer um governo simbolizado pelo odioso “MAGA” (“MAKE AMERICA GREAT AGAIN”). Nessa retórica, Trump ameaça apropriar-se de territórios alheios sobretaxar unilateralmente produtos importados, impor normas autoritárias, em franco desrespeito ao Direito Internacional, romper mais uma vez com o acordo de Paris, retirar-se de alguns organismos internacionais, em breve, ameaça incendiar o mundo, mostrando assim a voracidade imperialista que caracteriza seu projeto de governo. Mais recentemente, como se não bastasse, recebeu na Casa Grande, ninguém menos, ninguém mais do que Benjamin Netanyahu, de cujas conversações resultou o anúncio por Trump, de seu projeto de apropriar-se, por meio da cedência pelos sionistas de Israel, do território da palestina, após esvaziar aquele território de Gaza, expulsando toda a população palestina, enviando-as para outros países, com o plano de tornar aquele território uma grande “RIVIERE” para os plutocratas do mundo. Só isso mostra a atrocidade da barbárie nazifascista que o governo Trump, sob a égide do mais perverso Imperialismo quer implantar no mundo.

 

No entanto, o maior e mais grave desafio a enfrentar, é o da letargia da humanidade, em face dos crescentes e cada vez mais devastadores eventos climáticos extremos. A este propósito, há cinco dias, o sociólogo Michael Lowy publicou um texto que merece, pela urgência, atualidade e profundidade de seus argumentos, a mais ampla divulgação. Trata-se de “Um novo conceito ecológico: “humanicídio”. Partindo das graves informações contidas no último relatório divulgado, em Janeiro passado, pelo qual tomamos conhecimento de que, a julgar pela acelerada evolução da temperatura o Institute and Faculty of Actuaries (IFoA) da Exeter University (Reino Unido), reconhecido pela qualidade científica de seus dados, alerta sobre a iminência de algo gravíssimo sobre o qual Michael Lowy adverte enfaticamente, ao afirmar que “no pior dos cenários – com temperaturas 3 acima dos níveis pré-industriais – a mortalidade humana poderá atingir a metade da humanidade, cerca de quatro bilhões de pessoas, vítimas da fome, da falta de água, de doenças, de catástrofes “naturais” (incêndios, inundações, etc.) e de conflitos.” Previsão já para a década de 2050...

 

O autor deste artigo, diante da gravidade das informações prestadas pelo Relatório, propõe acertadamente o conceito de “humanicídio”, para alertar do risco iminente que corremos “rumo ao abismo”. Não o faz, porém, sem denunciar com vigor os principais responsáveis por esta catástrofe anunciada: “A oligarquia fóssil – os formidáveis interesses ligados ao petróleo, ao carvão e ao gás, incluindo não só a exploração dos recursos fósseis, mas também a indústria automobilística, petroquímica e muitos outros ramos da produção capitalista, incluindo os bancos que os financiam, assim como sua expressão política: os governos negacionistas ou inativos” (cf. https://www.ihu.unisinos.br/648389-um-novo-conceito-ecologico-humanicidio-artigo-de-michael-loewy).

 

O propósito dessas linhas é, não tanto detalhar as minúcias deste projeto, necrófilo em marcha, mas sobretudo de alertar nossas organizações de base, dos desafios que estão sendo chamadas a enfrentar, tanto mais quanto assistimos, angustiados, a lentidão ou mesmo a letargia de que vêm sendo tomadas.

 

Sempre que exercitamos a memória histórica dos oprimidos, no decorrer de séculos, buscamos aprender relevantes lições de seus êxitos e de seus fracassos. Um desses ensinamentos vem inspirado no fecundo exercício do método histórico-dialético que nos ensina a buscar e compreender a realidade em perspectiva histórico-crítica, graças à qual nos aproximamos da mesma realidade em movimento, constituída de fatos interligados, realidade a ser dissecada em suas “múltiplas e complexas determinações”, em seu movimento de forças contraditórias que também se acham interconectadas. A este esforço cumpre aduzir o compromisso de transformação desta realidade, de modo a irmos superando o atual modo de produção, de consumo e de gestão societal.

 

Ao revisitarmos os principais processos revolucionários, especialmente desde a Revolução Francesa, a comuna de Paris e as revoluções socialistas do século XX, constatamos terem sido viabilizadas sobretudo pelas organizações de base dessas sociedades - os movimentos sociais, as forças partidárias, sindicais e outras. Sem negarmos algum tipo de contribuição das forças institucionais (o Estado e seus aparelhos) ou institucionalizadas, sentimo-nos instados a reconhecer que, em última instância, foram e continuam sendo as organizações de base às principais protagonistas dos processos revolucionários. Durante as décadas de 1950 a 1980, por exemplo, parecíamos ter mais claramente esta perspectiva que, infelizmente, vem perdurando desde os anos 1990, preferindo priorizar ou mesmo limitar-nos exclusivamente aos espaços governamentais. 

 

Em uma postura de autocrítica e de avaliação de nossas práticas, o que temos recolhido, passamos a compartilhar, em forma de perguntas, algumas inquietações.

·   Quando comparamos os frutos do nosso agir coletivo, por exemplo, entre as décadas 1950 e 1980, de um lado, com o que vimos recolhendo nos últimos trinta anos, por outro, o que constatamos? 

·  Quando ressaltamos nossas lutas, nosso processo organizativo e formativo, assumidos entre 1950 e 1980, que resultados concretos conseguimos alcançar, no campo e na cidade? 

·  E fazendo a mesma pergunta em relação às escolhas que fizemos nas últimas décadas, durante as quais as forças de Esquerda, salvo exceções, têm preferido apostar quase exclusivamente nos processos eleitorais e na participação dos espaços governamentais, que resultados vimos colhendo?

·  Que tal, a partir deste breve exercício de autocrítica, nos dispormos a retomar, em novo estilo, o Trabalho de Base, seja quanto ao nosso processo organizativo, seja ao nosso processo formativo permanente, seja quanto à nossa mobilização (no campo, nas periferias urbanas, em escala nacional e internacional)?


 

João Pessoa, 10 de fevereiro de 2025

 

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