O DESERTO É FÉRTIL: partilha de uma semana de experiências nas
"correntezas subterrâneas”
Alder Júlio Ferreira Calado
Com um ano de antecedência, por ocasião da II Romaria da Terra,
realizada em Santa Fé (Solânea-PB), em memória do Padre José Comblin, foi
agendado o compromisso, relativo ao fraterno convite feito pela Associação dos
Missionários e Missionárias do Campo (AMMC) e pela Fraternidade do Discípulo
Amado (FDA), para acompanhá-los e acompanhá-las, em seu encontro anual de 2019,
no Sítio Catita, em Colônia Leopoldina - AL, onde se acha o Mosteiro da
Fraternidade do Discípulo Amado, num sítio que fica a uns 12 Km (serra acima),
de Colônia Leopoldina. Como previsto, o encontro se deu, durante o período de
18 a 25 próximo-passados, com a participação de cerca de 30 membros de ambas as
entidades. O alegre e tocante convite feito - e imediatamente acatado, com
humildade e alegria - propunha a participação e acompanhamento de minha parte,
no sentido de ver, ouvir, sentir e ressoar, junto aos participantes, acerca do
que era refletido e partilhado por todos, por todas que do encontro
participaram.
Da densa programação vivenciada destacam-se os seguintes pontos:
marcantes momentos de oração comunitária e pessoal; relato de cada participante
acerca de sua caminhada pessoal, familiar e comunitária; celebração, em
Tacaimbó - PE, dos 50 anos da Teologia da Enxada; retiro tendo como principal
"matéria-prima" e ponto de partida, as partilhas vivenciadas; a
consagração de um novo membro da AMMC; a renovação dos compromissos daqueles e
daquelas que pertencem à AMMC - alguns desde a fundação, há 25 anos; prestação
de contas pelos membros da atual Coordenação dos trabalhos e atividades
realizadas, no curso de último ano; eleição de membros para a Coordenação, em
vista do próximo período.
Nas linhas que seguem, propomo-nos ressoar alguns aspectos da vivência
desta densa e profunda experiência, digna da fecundidade característica
das "correntezas subterrâneas" que irrigam e tornam viçosas as
experiências aí em curso, qual "deserto fértil", usando uma expressão
cara a Dom Helder Câmara.
Desta rica experiência, ainda que correndo o risco de omissão,
atrevo-me a mencionar os seguintes nomes, por Estado e por ordem alfabética
(incluindo crianças e adolescentes):
Alagoas: Analene, Benedito, Cacau, Flaviano, Gabriel, Márcio,
Sebastiana, Sirlene, Solange, Valdo;
Bahia: Genival;
Maranhão: Luiz Barros, Robertinho;
Paraíba: Ana, Clara, Deda, Francisco, Lucinha, Meirinha,
Pedro, Severo;
Pernambuco: Barbosa, Catarina, Cida, Filipe, Geovan,
Glaudemir, João Batista;
São Paulo: Alessandra, Maria Eduarda, Rafaela, Risal;
Sergipe: Jaime, Júnior, Moisés, Nanai;
Também os ausentes se fazem presentes, dentre os quais: Ana Cláudia,
Raminho, Irmã Zarita, Irmã Marival, Alexandre, José Florêncio...
Quem é, e de onde vem essa gente?
Trata-se de missionários e missionárias vocacionados a
trabalharem como e entre os pobres, no campo e nas periferias urbanas do
Nordeste. Vêm da Teologia da Enxada, iniciada há meio século, e protagonizada
por jovens (hoje, adultos e alguns já idosos) do campo e das periferias
urbanas, que, sentindo-se vocacionados a servirem à Tradição de Jesus,
orientados e alimentados pelos valores do Reino de Deus e Sua Justiça, seguem
entregando-se ao convívio entre os pobres, seja como contemplativos
(Fraternidade do Discípulo Amado), seja como casados, vivendo em família, a
serviço da causa do Reino de Deus (Associação dos Missionários e Missionárias
do Campo – AMMC, Escolas de formação Missionária). Alguns vivem em
assentamento; outros e outras vivem do trabalho da roça (agricultura, criação
de pequenos animais, apicultura), outros fazendo objetos do artesanato
nordestino, há quem ganhe a vida como ambulante, como gari, outros vivem de sua
aposentadoria, e há quem também receba contribuições em função de assessoria
(por exemplo, à CRB), assim ganham o pão de cada dia. Suas respectivas
associações são mantidas graças a uma caixa comum, alimentada pelas
contribuições dos seus sócios e sócias e de colaboradores. Desde o Maranhão à Bahia,
vivem inseridos no meio popular, como missionárias e missionários, enquanto
outros e outras consagram-se à vida contemplativa, num mosteiro de leigos e
leigas, que também trabalham para se manterem. Levam uma vida de simplicidade,
com um estilo de vida muito próximo da média do povo dos pobres.
Encontros
anuais
Tendo em vista a distância geográfica em que vivem, costumam
encontrar-se todos os anos, no Sítio Catita, para realizarem atividades de
formação contínua, para aprofundarem momentos conjuntos de oração mais intensa,
para avaliarem e planejarem sua caminhada, para deliberarem sobre pendências,
por meio de sua Assembleia Geral. A grande importância que atribuem a esses
encontros pode ser dimensionada pelo enorme sacrifício que fazem, para se
deslocarem de grandes distâncias, assumindo custos nada desprezíveis (há deles
e delas que chegam a desembolsar até em torno de mil reais, para poderem
participar desses encontros anuais). Além dos encontros anuais, também eles e
elas se visitam, com certa frequência, conforme suas possibilidades.
Pontos
fortes do Encontro 2019
Oração: Memória e Compromisso: Os vários ramos da família combliniana (centro
de formação de Missionárias populares, grupo de peregrinos e peregrinas,
escolas de formação missionárias e outras) trazem em comum o empenho pessoal e
coletivo na oração diária. Trata-se de dedicar momentos de sua jornada para
expressarem sua fé por meio da oração. Uma oração que manifesta traços
admiráveis, dentre os quais:
- Por meio de sua oração exercitam a memória e renovam os compromissos
com a causa do Reino de Deus e sua justiça;
- Com o canto salmódico (Sl 51 - "estes lábios meus vem abrir,
senhor"-), faz-se a entrada na oração, momento seguido da "recordação
da vida", seguindo o Ofício Divino das Comunidades, livro emblemático da
espiritualidade de quantos e quantas seguem a Teologia da Enxada;
- Os cantos bíblicos, conforme o tempo litúrgico, cantados ou recitados,
de modo compenetrado, instigam o louvor e a memória: a memória de diferentes
momentos da caminhada do povo de Deus, ao longo da história;
- em se tratando de uma oração encarnada/contextualizada, o
exercício da memória da caminhada do Povo de Deus, de ontem e de hoje,
ajuda-os/as a reforçarem o compromisso com a causa do Reino de Deus, à medida
que os/as inspira, numa perspectiva de maior entrega e solidariedade com todas
as vítimas de injustiças e de perseguições;
- impulsiona-os/as ao aprendizado, na leitura e interpretação
dos sinais dos tempos, e a busca de toma-los a sério, na convivência do
dia-a-dia;
- Instiga-os/as a aprimorarem sua capacidade perceptiva, sua
sensibilidade, em relação às dores, aos sofrimentos, mas também às alegrias e
às esperanças do povo dos pobres; - todos esses (e outros) traços são ainda
mais reforçados pela força transformadora dos cantos escolhidos para esses
momentos, dentre os quais ocorre-me destacar, por exemplo: “Seduziste-me,
Senhor”; “Antes que te formasses dentro do seio de tua mãe”, “Virá o dia em que
todos, ao levantarem a vista, veremos nesta terra reinar a Liberdade, “Se
calarem a voz dos profetas, as pedras falarão entre outros;
- Vale, ainda, destacar, no modo como se vivenciam os momentos
de oração comunitária, o permanente cuidado, não apenas com o envolvimento de
cada um, de cada uma, em ser responsável pela condução da oração, a cada dia,
como também com o envolvimento dos membros mais jovens (adolescentes e
crianças) nas atividades e leituras deste momento.
Tais momentos de oração também constituem preciosa ocasião
formativa, à medida que, não apenas os/as recém-chegados/as, como também quem
já está na caminhada há mais tempo, todos se empenham em fazer novos
aprendizados e a irem incorporando-os em seu dia-a-dia, resultando daí
elementos relevantes de seu processo organizativo e de sua ação mobilizadora,
no quadro geral de seu processo de humanização;
Exercício
de partilha
Já no segundo dia, após a chegada, reunindo-se num grande
círculo, no principal salão daquele mosteiro, passou-se à socialização, por parte
de cada participante, de trechos relevantes de sua experiência missionária, tal
como vivenciada, no âmbito familiar, no plano comunitário, no trabalho e nas
atividades missionárias desenvolvidas, nos últimos meses. Eis um outro momento
de denso aprendizado para todos, sob vários aspectos:
- como se dá no dia-a-dia de cada pessoa, na vida em família,
nos desafios enfrentados pela comunidade local (enfrentamento dos desafios de
violência que vitima os jovens, os pobres as mulheres);
- na labuta nos assentamentos – os trabalhos na roça, a
produção, a lida com os pequenos animais, com a apicultura, com as feiras
agroecológicas, as marchas de solidariedade com os sem-terra e os sem-teto;
- os desafios da convivência com as comunidades das periferias
urbanas;
- as vivências desafiantes em lugares com jovens e adultos
dependentes de drogas, sofrendo toda sorte de influência e pressão do comércio
de drogas;
- o constante exercício de discernimento para se lidar com uma
vasta diversidade de perfis humanos.
Retalhos
da celebração dos 50 anos da Teologia da Enxada, em Tacaimbó – PE
As chuvas que vinham caindo, nos últimos dias, sobre o solo
encharcado da Serra do Catita tornavam mais difíceis os deslocamentos, naquela
região. Mesmo assim, em um pequeno ônibus, saímos por volta das 6 horas, e
seguimos viagem em direção a Tacaimbó. Por volta das 10 horas, estávamos
chegando. A antiga cidadezinha de Tacaimbó de há cinquenta anos atrás havia
mudado sensivelmente: muitas coisas haviam mudado, a olhos vistos: a população
crescido rapidamente, novos bairros, novas ruas. A cidade estava em festa,
inclusive com serviço de som a tocar canções características da caminhada da
Teologia da Enxada, em especial “Eu acredito que o mundo será melhor, quando o
menor que padece acreditar no menor” (Jorge Pereira de Lima, agricultor sergipano).
Dirigimo-nos inicialmente, à sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, onde
fomos acolhidos, com muita afeição, e onde nos foi servido um café saboroso. Em
seguida, marchamos em direção à Matriz, em cuja lateral foi aposta uma placa
comemorativa, com a presença do vigário local e do prefeito do município, Álvaro
(que também passou pela trajetória da Teologia da Enxada, com sua mãe). Este
momento foi coordenado pelo Monge João Batista Magalhães, apresentando as
pessoas, chamando-as para uma breve fala, e também partilhando seu sentimento,
como um dos fundadores da Teologia da Enxada, juntamente com figuras tais como
Pe. José Comblin, Raimundo Nonato Queiroz (bem representado ali por sua esposa
Cida Queiroz e seus filhos Catarina e Filipe), João Moura, João Firminio, Maria
Emília Ferreira, contando com a participação também de Pe. Pedro Aguiar, de
Frei Enoque, Antônio Gudes, o prof. Heleno, o prof. Adauto Guedes e tantas
outras pessoas. Encerrado este momento, a marcha segue. Desta vez, em direção a
uma Escola Pública local, em cujo auditório as pessoas participantes foram
acolhidas, para um momento de rememoração desta caminhada. Foi formada uma
grande mesa, à qual foram sendo convidadas diferentes pessoas da comunidade
local, que haviam também protagonizado a história da Teologia da Enxada, em
Tacaimbó, sendo convidadas a darem seu testemunho. Com a coordenação de João
Batista, feita com muita leveza e discrição, pudemos ouvir com atenção e com
emoção densos testemunhos, de cujo teor destacamos:
- a gratidão àquele grupo de seminaristas e sua Equipe de
formadores e formadoras, pelo seu testemunho de pobreza e de compromisso com a
causa libertadora dos pobres;
- a vida de simplicidade, a vida de trabalhos, a convivência
fraterna com as pessoas da comunidade local, inclusive ajudando-as em seus trabalhos
na roça;
- a construção de cerca de uma dezena de casas simples, feitas
em mutirão;
- o importante apoio às lutas populares, às reivindicações da
comunidade, à luta sindical, o apoio a candidatos da própria comunidade, como
foi o caso do Prof. Antônio Guedes.
Na mesma Escola foi servido um almoço simples e bem preparado
aos participantes. Já por volta das 14h30, seguimos em marcha em direção à
Matriz, onde foi celebrada a Eucaristia, contando com muita gente da comunidade
e um bom número de pessoas visitantes e solidárias à caminhada da Teologia da
Enxada, dentre as quais:
- uma comitiva de irmãos e irmãs evangélicos (Pastora Elivete,
Pastor Quino, Bispo Sebastião Armando e Madalena (sua esposa), Lindolfo, o casal
Edvaldo e Anilda, da Fraternidade Leiga dos Irmãozinhos e Irmãzinhas Charles de
Foucauld. Testemunhos marcantes e proféticos foram pronunciados e partilhados
por essas figuras e por muita gente, ao final da celebração, presidida por três
presbíteros (Robertinho, Nanai, Severo) da caminhada da Teologia da Enxada, e
com a homilia do Diácono Genival, da Associação dos Missionários e Missionárias
do Campo, atuando na Bahia. Um dia inesquecível! Por tudo o que havíamos
vivido, demos graças a Deus. De volta ao Sítio Catita, no mesmo dia, tendo
chegado por volta das 20h30, preparando-nos para a retomada dos trabalhos, no
dia seguinte, dando continuidade às partilhas.
Assim como no sábado, também desde a manhã da segunda-feira,
ocupando a tarde e a noite, seguimos ouvindo atentamente as partilhas feitas por
todos e por todas, sobre sua vida, seu trabalho, sua vida missionária, sua vida
familiar, sua vida de oração, etc.
Experiência
do Retiro
Durante os dias da quarta-feira e da quinta-feira, foi
vivenciada do retiro, em clima de silêncio, de contemplação, de meditação e de
partilha, em busca de uma atenta escuta ao que o Espírito Santo tinha a dizer a
cada uma, a cada um. Como “matéria-prima e ponto de partida, buscou-se trazer
para este momento os relatos anteriores, atentamente escutado. E, alternando
momentos de uma reflexão provocativa e momentos de escuta e oração (pessoal e
comunitária), cuidamos de nos abrir docilmente ao que o espírito santo nos
tinha a comunicar. Na intenção de ajudar os participantes neste exercício, foi
distribuída à cada participante uma lista de questões (a quem interessar possa,
seguem, ao final, estas questões), abrangendo o conhecido método,
Ver-Julgar-Agir, com o intuito de provocar cada participante que assim o
desejasse.
Consagração
de um novo membro e renovação dos compromissos por parte dos membros
participantes
Culminando o retiro, e com criativos arranjos e adornos do
local da celebração participamos da eucaristia, presidida pelos presbíteros,
durante a qual se deu a consagração missionária de Junior, seguindo belo ritual
mantido pelos membros da AMMC, bem como tivemos a graça de presenciar, com
muitos membros e famílias, moradoras da catita, a renovação das promessas de
todos os membros da AMMC.
Assembleia
e eleição da coordenação para o próximo período
Na sexta feira seguinte, dia 25, festa da conversão de São
Paulo, os membros da AMMC reuniram-se em assembleia geral, para deliberam
pendências da caminhada, bem como para elegerem os membros da nova coordenação.
Eis uma breve síntese do que consegui ver, ouvir e sentir, ao
longo desses dias abençoados.
João Pessoa, 29 de janeiro de 2019.
PROPOSTA
DE ROTEIRO PARA O RETIRO
1. Quanto ao VER:
- No âmbito pessoal:
* Como me sinto enquanto criatura de Deus, enquanto ser natural, em
convivência com a Mãe-Natureza e toda comunidade dos viventes?
* Como me comporto na contemplação da Criação, na convivência, no
cuidado com, e no uso dos bens de nossa Casa Comum?
* Como lido com o meu corpo, com minha abençoada sexualidade, com minha
saúde do corpo, da mente do espírito?
* Como me avalio enquanto homem / enquanto mulher, nas relações sociais
de gênero?
* Como me penso enquanto Negro/Negra, enquanto Indígena ou descendente
de outra etnia?
* Em que minha condição de um ser nascido onde nasci, me faz pensar em
minhas particularidades (de nordestino, de nordestina; de sertanejo, de
sertaneja, de agrestino, de agrestina; de pessoa nascida na zona da Mata; de
pessoa nascido em outra região, em outro país?
* Como me sinto enquanto uma pessoa situada nesta faixa de idade, em relação a mim mesmo, a mim mesma e em relação a outras pessoas de outras faixas etárias?
* Como me sinto enquanto uma pessoa situada nesta faixa de idade, em relação a mim mesmo, a mim mesma e em relação a outras pessoas de outras faixas etárias?
* Antes de avaliar mais diretamente minha vida missionária, como anda
minha vida como ser humano? A vida que levo, como ser humano, me tem feito
feliz?
* Que aspectos de minha vida me fazem mais feliz?
* Que aspectos de vida pessoal me deixam insatisfeito?
* Como anda minha agenda? O que meu fazer cotidiano anda priorizando?
* O que venho priorizando, em minhas ações, que frutos vem dando?
* Se não tem dado fruto, por que será? Tem algo a ver (também) comigo?
* Que atividades tenho realizado, que avalio mais frutuosas?
* A que fatores eu atribuo tal êxito?
* Que atividades de minha agenda não me parecem satisfatórias?
* Como avalio essas dificuldades?
* Que atividades considero frustradas?
* Por que isto teve tal desfecho?
* Eu (também) terei alguma parcela de responsabilidade nisto?
No âmbito comunitário
- O que, na via comunitária, mais me atrai?
- O que nela mais desafia?
- Num rápido balanço, eu acho que contribuo mais com a vida comunitária
ou da vida comunitária tudo recebo, em quase nada contribuindo?
- Percebo a comunidade da qual participo como exclusiva ou me sinto
chamado a colaborar também com outras, que também faço minhas?
No âmbito
do Trabalho
- Como me percebo no mundo do trabalho?
- Como me avalio enquanto enquanto trabalhador/trabalhadora do campo?
- Que sentido faz para mim minha rotina de trabalho?
- Para quem trabalho? O que produzo?
- Eu me vejo no que produzo?
- Para onde vai o que eu produzo?
No âmbito
de minha/nossa formação contínua
- Como associo minha rotina à necessidade de formação contínua?
- Que tempo dedico/dedicamos a refletir o que faço/fazemos?
- Que textos ou livros estou/estamos lendo?
- Com quem partilho/partilhamos essas leituras?
- Que balanço posso/podemos fazer do tempo dedicado à formação, enquanto
ser humano, trabalhador, cidadão...?
No âmbito da Cidadania
- Tal como em outros planos, também aqui busco estar atento e vigilante
aos sinais dos tempos?
- Atuando mais diretamente no âmbito local, procuro perceber e levar a
sério os laços orgânicos que há entre os acontecimentos locais, regionais,
nacionais e internacionais?
- Apesar de minhas/nossas limitações, busco sempre dotar-me de
instrumentos que me ajudem a ler, interpretar e intervir mais coerentemente a
realidade social, econômica, política e cultural?
2. Quanto
ao JULGAR
No plano
da Mãe-Natureza:
- Assim como Jesus, que não cessava de aprender da Mãe Natureza
(ver a profusão de parábolas inspiradas em fenômenos e aspectos da
Mãe-Natureza), eu também busco aprender com a Mãe-Natureza, sob as mais
diversas manifestações?
- Como Daniel e seus companheiros, como Francisco e tantas outras
pessoas, eu contemplo e louvo o Criador pela Sua Criação?
- Quem ama cuida: busco testemunhar esse cuidado com a Criação, em
meu dia-a-dia, no meu trabalho, no cuidado com as plantas e os animais, na
sobriedade do consumo dos bens da natureza, na mística da agroecologia, no
re-uso, no tratamento do lixo, etc., etc., etc.?
- No cuidado com a saúde do corpo e da mente, inclusive por meio
da vivência de uma rotina frutuosa?
No plano
do trabalho:
- O que faço no dia-a-dia, que ligação tem com os valores do Reino de
Deus?
No plano
da cidadania:
- Como costumo ler os sinais dos tempos, tal como Jesus fazia?
- A que fontes recorro para buscar acompanhar a realidade e
interpretá-la?
- O que faço para aumentar minha consciência crítica de modo a não
engolir fake News?
- Como interpreto, na prática, a recomendação de Jesus de que “Entre
vocês, não será assim” (cf. Mc 10, 42 – 45)?
- Que esforço concreto de autocrítica busco/buscamos fazer em relação
aos malfeitos no âmbito político?
- O que estamos semeando como ação alternativa às práticas dominantes no
cenário político?
No âmbito
das relações familiares
- Que lugar tem a família em meu/nosso dia a dia, na perspectiva do
Reino de Deus?
- Nas relações de gênero, como tento me comportar?
3. Quanto
ao AGIR
- No que sou chamado a mudar em meu processo de conversão, em cada um
dos itens acima mencionados e em outros tantos?
Serra do Catita, 18 – 25/01/2019.
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