sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

TRAÇOS DA MÃE-ÁFRICA: em busca de nossas raízes (XXXIII)

TRAÇOS DA MÃE-ÁFRICA:
em busca de nossas raízes (XXXIII)

Alder Júlio Ferreira Calado

    E as crianças e os adultos africanas de que brincam? O ser humano é, como se sabe, multidimensional. Um ser complexo. Sob quantas facetas ele se apresenta?! Até mais do que as dimensões dele já abordadas. A ludicidade é apenas uma delas. Não certamente a menos importante! Ai de nós Humanos, não fossem as coisas alegres da vida: o humor, o riso, a diversão, as brincadeiras, os jogos, enfim, a ludicidade! Faz parte da condição humana, independentemente de lugar e de tempo, o recurso ao lúdico. E não apenas como uma dimensão restrita à criança.
Mas, e a Mãe-África o que nos tem a dizer, especialmente sobre jogos e brincadeiras de crianças e adultos? Aqui mal dá para fornecermos alguns poucos exemplos, tal a diversidade e tal a riqueza de brincadeiras e jogos característicos daquele complexo cultural que é a Mãe-África, com suas Gentes e suas terras. Aqui tratamos de mencionar uns poucos exemplos, de forma assistemática.
Comecemos por um conhecido como Fanorana, exercitado por dois jogadores. É originário de Madagascar. Consiste de um tabuleiro (semelhante, até certo ponto, a um tabuleiro de damas, mas também pode ser comparado a um misto de jogo de damas, do chamado “jogo da onça” e jogo de xadrez) traçado de linhas verticais, linhas horizontais e linhas diagonais, cujas interseções correspondem às “casas”, onde vão ser colocadas, vinte e duas pedras, de um lado, e vinte e duas pedras, do outro, de modo a deixar vazia a “casa” central. Para as regras do jogo, remeto as pessoas interessadas à seguinte página: http://pt.wikipedia.org/wiki/Fanorona Aqui se acha, inclusive, a figura colorida do referido jogo e as respectivas peças posicionadas.
    Outro jogo bastante popular, em diferentes regiões da África, é um conhecido como “Awari” (Mas, atenção!, os nomes variam, de acordo com a região: “Mancala”, “Ayo”, “Bao”, “Giuthi”, “Lele”, “Omweso”, “Owari”, “Tei”, “Songo”, “Kalaha”...). Tem uma história milenar. O jogo se pratica com quarenta e oito pedrinhas (podem ser caroços ou algo assim) e doze ou quatorze “casinhas” ou recipientes. O objetivo do jogo é fazer um número de pedras maior do o do adversário. Tendo em vista que há quarenta e oito pedras, ao ser iniciado o jogo, quando se conseguir “matar” vinte e cinco, a partida estará ganha. As pedras são movidas no sentido contrário ao ponteiro do relógio. Para saber das regra do jogo, ver a página:
    Um terceiro exemplo de jogos africanos é o “Yatê”, praticado sobretudo na África Ocidental. É também semelhante ao jogo de damas. Uma característica própria desse jogo é que, além de “comer” uma das pedras do adeversário, o jogador também escolher uma segunda pedra em qualquer posição do tabuleiro, não havendo portanto nenhuma “casa” segura no tabuleiro do jogo.(cf.: : http://www.lapcra.org/product_info.php )
    Há, também, um que se conhece pelo nome de “Dara”, corresponde a uma família de jogos dos “Três na raia”, muito popular na região do Golfo da Guiné. Joga-se colocando três pedras na raia, no sentido horizontal ou vertical. Quando se consegue, pode-se escolher qualquer pedra do adversário e “come-la”. Ganha a partida quem conseguir “comer” todas as pedras do adversário.
    É claro que para jogar, não bastam informações superficiais. O nosso interesse é divulgar formas de diversão das culturas africanas, em especial alguns jogos. Aos interessados no aprendizado dos mesmo, remeto-os às seguintes páginas, para mais informações e para as respectivas regras.
http://umoyasalamanca.blogspot.com/2007/06/juegos-africanos.html
http:/www.ikuska.com/Africa/Etnologia/juegos.htm
    Chamo a atenção, especialmente, para este último site. Traz um instigante conjunto de temas específicos de jogos africanos, tratados como expressão e exercício da interculturalidade dos povos africanos. Tem um fecundo propósito pedagógico de alto nível. Uma rica diversidade cultural da Mãe-África. Vale a pena conferir!



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