segunda-feira, 25 de setembro de 2023

TRAÇOS DA MÃE ÁFRICA: Em Busca de Nossas Raízes (XVII)

 TRAÇOS DA MÃE ÁFRICA: Em Busca de Nossas Raízes (XVII)


Zâmbia é, desta feita, o alvo de nossa atenção. Situado na região Centro-Sul da África, Zâmbia tem uma área de cerca de 752 mil Km², área maior do que a Bahia. Sua população conta com pouco mais de 11 milhões de habitantes. Por se tratar de um país central, conta com uma fronteira vastíssima. Entre os países que se limitam com Zâmbia, estão o Congo e a Tanzânia; Moçambique, Zimbábue, Namíbia; Malawi; Angola. Tem como capital Lusaka.

A exemplo de outros, também Zâmbia é um país privilegiado pelas belezas naturais, destacando-se suas famosas cachoeiras e seus lagos, sua rica fauna. São bem cobiçados seus safáris. Quem quiser ter algumas imagens fascinantes, pode acessar o seguinte site: zambiatourism.com

Do ponto de vista econômico, conta com importantes recursos minerais, como sobre, o cobalto, urânio, ouro e prata. A presença humana na região situa-se entre um e dois milhões de anos. Que riqueza! Mas suas tribos tiveram que amargar a triste história do colonialismo e da escravidão. Sobretudo por parte dos ingleses. Não é por acaso que o inglês é língua oficial, embora no interior das várias tribos, o que se fala mesmo é a língua de cada, é a língua própria de cada uma delas.

Ao visitar diferentes periódicos virtuais de países africanos, chamam a atenção do leitor, da leitora tanto a frequência como a virulência dos artigos - principalmente os elaborados pelas feministas africanas - dentre elas, as pesquisadoras Amanda Alexander e Mandisa Mbali - denunciando os novos métodos de dominação contra os povos africanos, utilizados pelas grandes potências e seus organismos multilaterais (FMI, Banco Mundial), com a cumplicidade dos governantes e para fortalecimento dos interesses das multinacionais. Entendem que se trata de mecanismos refinados cuja eficácia de pilhagem pode ser comparada à da época da escravidão.

Têm razão as feministas africanas. Nesses países, a concentração de riquezas e de renda se faz pari passu ao crescente empobrecimento e marginalização de amplas camadas das respectivas populações. No caso específico de Zâmbia, cuja capital (Lusaka) sediou, em 2004, a realização da África Social Fórum, 20% da população tem a infecção de HIV. Ao constatarem os índices escandalosos da exploração, naqueles países, não economizam palavras para denunciar a hipocrisia dos arautos do Neoliberalismo, em sua astúcia de tentar mascarar os mecanismos de dominação, inclusive substituindo expressões antigas por novas, sem qualquer alteração do conteúdo das relações. A não ser para pior…

Como “tudo está ligado a tudo”, tal como nos ensina a Dialética, ao ler esses contundentes artigos relativo ao Fórum Social Africano, senti-me espontaneamente remetido ao caso do Brasil e da América Latina e Caribe. Fiquei pensando na crueldade que continua a ser praticada contra o Haiti e seu povo. E, deste vez, com a direta colaboração do Governo brasileiro. Tudo em nome da paz… Será que alguém honesto e com o mínimo de senso crítico vai concordar com as razões oficiais da presença militar de tropas brasileiras no Haiti como gesto humanitário? Acredite quem quiser…

Aos eventuais interessados, sugiro que visitem o site http://www.cadtm.org/imprimer.php3?id_article=1037

Valho-me da ocasião do mês de março, quando comemoramos, no dia 8, as lutas e as conquistas das mulheres do mundo inteiro, para saudar todas as mulheres que protagonizam, hoje também, a utopia de um mundo alternativo, de justiça, de paz, de solidariedade.


João Pessoa, março de 2006


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