VENDILHÕES DA PÁTRIA,
EXTERMINADORES DO PLANETA FRACASSARÃO, EM SUA SANHA NECRÓFILA
Alder
Júlio Ferreira Calado
Início
de setembro. Semana da Pátria. Dia dos Excluídos. Sanha privatista a ameaçar a
Nação, sob as mais diversas manifestações, inclusive a pauta extremamente
privatista de Temer e os seus, neste
dia, em viagem à China, para expor à voracidade empresárial parcelas
significativas do patrimônio nacional.
Sanha privatista que me remete a um conhecido episódio bíblico, o que
narra a expulsão, por Jesus, dos vendilhões do templo (cf. Mt 21. 12ss)
Com
efeito, a necrófila sanha privatista (nos
âmbitos internacional e nacional) volta a atacar, com extrema agressividade. Favorecidas,
desta vez, por profundos equívocos ético-políticos cometidos pelas forças
sociais historicamente comprometidas com as causas libertárias das classes
popualres e com o respeito e a dignidade da Mãe-Terra, eis que as classes dominantes
e dirigentes, expressão do que há de pior do Mercado capitalista, não têm
cessado de mostrar suas garras de “besta fera” dos novos tempos, em sua
necrófila sanha de vendilões dos mais estratégicos bens nacionais.
Um
leve exame da pauta (des)govenamental é suficiente para nos darmos conta da
necrófila verocidade desses vendilhões da Pátria em despojá-la dos bens mais
preciosos que a sustentam, ao mesmo tempo em que investem, a passos largos, na
destruição da Mãe-Terra. Tudo se põe e se expõe à venda: as reservas ambientais,
os territórios indígenas, das comunidades quilombolas e dos povos tradicionais,
vastas estensões de terra (inclusive na Amazônia), para fins de exploração das
grande empresas mineradoras, as mais estratégicas unidades nacionais de
sustentação do desenvolvimento (a exemplo da eletrobrás). Assim como, em outras
ocasiões, os vendilhões da Patria e os exterminadores da Natureza sempre
encontram pretensas justificativas de sua gesta assassina. Desta feita, tentam
justificar sua mais nova investida de privatizações, alegando a ineficiência
das empresas Estatais, bem comodos enormes rombos orsamentários. Por outro
lado, há quem, contrapondo-se à investida privatista, defenda cegamente a
natureza estatal dos bens nacionais,como se o Estado também não fosse um ente
privatizavel. A este respeito, como fizemos á algum tempo atrás, em texto
intitulado “Nem privatismo nem estatolatria: o público como centralidade
ético-política na gestão da sociedade, cf.”
Todavia,
cumpre acentuar, com toda a ênfase, que o Brasil e o mundo já acumulam, à
saciedade, o gosto amaríssimo da senha mercantilista. Pretender-se que o
espírito empresarial capitalista se coadune aos interesses do Público é puro egodo.
A este filme esamos acostumados a assistir: é de terror! Não constituem
horizonte defensável, do ponto de vista das classes populares. É sempre o
Público que deve constituir nossa referência de organização societal. Fora do
público, não há salvação! Isto pode ser ilustrado positivamente por meio de
inúmeras iniciativas da sociedade civil, protagonizadas por suas principais
forças alternativas, dentre as quais pdoemos destacar numerosas experiências
populares, no campo e na cidades, voltadas para questões tais como
agroecologia, economia solidária popular, tecnologias alternativas de
convivência com o Semiárido, entre outras.
Ainda
recentemente, entre os dias 16 e 24 de julho de 2017, realizou-se, no País
Básco a 7ª Conferência Internacional da via campesina, reunindo dezenas de
delegados e delegadas de muitos movimentos e organizações camponesas de todo o
mundo. No encerramento da mesma, foi elaborada uma Declaração constando dos
principais temas e desafios aí discutidos, bem como popostas relevantes de ação
coordenada, em âmbito internacional. Esta declaração encontra-se disponível no
seguinte “link”: http://www.resumenlatinoamericano.org/2017/07/27/vii-conferencia-internacional-de-la-via-campesina-declaracion-de-euskal-herria-alimentamos-nuestros-pueblos-y-construimos-movimiento-para-cambiar-el-mundo/
a
despeito de tratar-se de um evento organizado por protagonistas do campo, tal
Declaração constitue uma fecunda bússula de atuação, a inspirar também as
organizações e movimentos urbanos das classes populares.
Seguimos
convencidos, até prova encontrário, de que nem o Mercado capitalista, nem o
Estado – entidades orgânicamente inter-alimenta
Tomara
que, pelo Brasil adentro, as manifestações do Dia dos Excluídos e Excluídas –
já contando com mais de vinte edições, desde seu início, patrocinado pela CNBB,
nos inspirem e animem a protestar contra os vendilhões da Pátria e os
exterminadores do Planeta, cuja voracidade plutocrática há de ser contida e
superada, a tempo, pelas forças populares organizadas, na direção de um outro
mundo possível, necessário e urgente! Os vendilhões da Pátria e os
exterminadores do Planeta háo de fracassar, seja pela ação organizada das
forças biófilas, seja pela ação da Mãe-Terra: se nós, seres humanos, a ela nos
mantivermos insensíveis à sua dignidade, não está descartada a hipótese de
analogia do que sucedeu a outras espécies... Nós não podemos viver sem o
Planeta, mas será também verdadeira a recíproca? A sanha privatista não haverá
de prevalecer!
João
Pessoa, 01 de setembro de 2017.
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