No próximo dia 22 de junho (terça-feira) o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, estará vindo a Altamira para lançar a pedra fundamental da construção do Complexo Hidrelétrico de Belo Monte e reafirmar mais uma vez que esta sairá de qualquer jeito, desconsiderando a opinião dos movimentos dos atingidos pelo projeto na região. Por esta razão, no dia 21 (segunda-feira) diversos movimentos sociais ligados a Via Campesina e Movimento Xingu Vivo para Sempre em protesto à imposição deste projeto que vem para fortalecer um modelo de desenvolvimento que não se preocupa com os povos da Amazônia, irão interditar por tempo indeterminado a BR 230 Rodovia Transamazônica.
No dia 22 de junho estão programadas varias mobilizações e ações massivas nas ruas da cidade de Altamira, em oposição e descontentamento com a afronta do presidente da república que desafia os povos da região com petulância e arrogância, passando por cima destes e empurrando o projeto de Belo Monte “goela abaixo”, não cumprindo com sua palavra. Lula desafiou os povos indígenas do Xingu, afirmando que neste país quem manda é o governo e agora ultraja o povo da Transamazônica com sua visita.
Talvez o presidente tenha esquecido, ou não sabe, que os povos desta região são calejados da resistência, lutam por seus direitos desde a abertura da rodovia e arrostam contra a construção da hidrelétrica a mais de 30 anos, os povos indígenas alegam que vai ter guerra se o governo continuar e a população de Transamazônica garante que da luta não vai sair.
Nas quatro últimas décadas a Amazônia tem sido alvo de inúmeros projetos que visam exclusivamente aproveitar nossos recursos florestais, minerais e hídricos para a acumulação de capitais das grandes empresas nacionais e transnacionais. Total modelo de desenvolvimento que tem avançado com o apoio do estado brasileiro tem evidenciado uma brutal contradição: A exploração da riqueza contrastando com a destruição da biodiversidade e a enorme pobreza de milhões de pessoas. A isso, jamais poderemos chamar de desenvolvimento para nossa região.
Infelizmente, o governo Lula não teve a coragem suficiente para mudar este modelo de desenvolvimento desumano, voltado a atender às necessidades do mercado internacional, que expulsa agricultores familiares, comunidades indígenas, ribeirinhas e quilombolas de seu território, que cria bolsões de pobreza nas periferias das cidades Amazônicas, que concentra terra, que incentiva a monocultivo e destrói a biodiversidade e que promove trabalho escravo e degradante. Esta é a principal razão de nossa crítica e protesto à este projeto, já que a construção da AHE Belo Monte vem somente para fortalecer este modelo de desenvolvimento.
Não precisamos de mega-empreendimentos que apenas favorecem as grandes empresas transnacionais. Precisamos é de um novo modelo de desenvolvimento para a Amazônia, com um novo modelo energético, que valorize sua biodiversidade, que promova a reforma Agrária, que combata as desigualdades e a pobreza.
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