Em co-autoria com Pe. Hermínio Canova
Em distintos campos de saberes, a figura de José Comblin tem sido apreciada, em especial no campo teológico. Mesmo aí, avalia-se de tal densidade seu aporte, que não cessará tão cedo de surpreender até a quem já o conhece. Por exemplo, na literatura corrente no campo da Teologia da Libertação, dadas a qualidade e a precocidade de sua contribuição, não hesitamos em afirmar que se trata de alguém ainda sub-avaliado, em relação a nomes que gozam de maior notoriedade. Nada a estranho para quem tem um perfil de fazer questão de fugir aos holofotes. Cuida de dar o seu recado, do seu jeito simples e discreto. Quem tem entendimento entenda. Não faz propaganda de suas idéias. Não fala de si. Mesmo quando as circunstâncias lhe são propícias. Ao completar seus 80 anos, como é habitual em tantos autores de sua envergadura intelectual, em vez de um livro de memórias de si, preferiu entregar a um grupo de amigos e amigas a tarefa de reunir outros amigos e amigas que se dispusessem a escrever umas linhas, não sobre si, mas sobre a caminhada da Igreja latino-americana, num alentado volume que recebeu o título de “A Esperança dos pobres vive”. Sua contribuição, também aí, limita-se a expressar suas “saudades da Amérida Latina”. Não gosta de falar de si. Menos ainda, quando se trata de sequer insinuar qualquer paternidade, a exemplo de sua participação como membro de um pequeno grupo de pioneiros da Teologia da Libertação, como nos dá a conhecer, muito sutilmente, em seu livro póstumo, “O Espírito Santo e a Tradição de Jesus”. Mas, a bom entendedor, a boa entendedora, meia palavra basta… É só perguntar-nos quem mais e melhor contribuiu para a Teologia da Libertação no campo da Pneumatologia? Isso é amplamente evidenciado numa meia dúzia de livros seus, elaborados no contexto de um projeto que lhe tomou cerca de quarenta anos…
Se isto se dá no campo em que é mais reconhecido, o da Teologia, o quê dizer de outros campos de saberes, a exemplo da Sociologia, da Educação, por exemplo? As pesquisas que o têm tomado como alvo temático ainda nos vão dar muitas surpresas.
Tomemos, de passagem, o caso do campo político-pedagógico, examinando sua contribuição, durante décadas. Tomemos, em particular, sua reconhecida capacidade de formulação e de síntese em relação a uma dezena de experiências prenhes de uma alternatividade revolucionária.
1. O Seminário Rural – Em meados dos anos 60, após a chegada de Dom Helder à Arquidiocese de Olinda e Recife, ele buscou cercar-se de uma equipe altamente qualificada de assessores e assessoras (como, aliás, o tinha feito por onde passara), da qual fazia parte, com lugar de destaque, a figura do Pe. José Comblin. Entre outras funções, recebeu a incumbência de, além de professor do ITER (Instituto de Teologia do Recife), também a de Prefeito de Estudos desta instituição.
Ao mesmo tempo, no então Seminário Regional do Nordeste II (o SERENE II), estavam matriculados alguns jovens estudantes da Filosofia, que, em confiança feita ao então Diretor de Estudos, confessaram o desejo de fazer uma experiência radical de formação, junto aos camponeses e camponesas do Nordeste, ambiente de onde vinham quase todos e pelo qual se sentiam mais comprometidos em sua opção de vida religiosa.
Conversa que prosperou, e, pouco tempo depois (final dos anos 60), teve início uma experiência que ficou mais conhecida como “Teologia da Enxada”. Uma dezena de jovens seminaristas, acompanhados por Pe. José Comblin e outras figuras proféticas, passaram a ir viver, trabalhar e estudar em comunidades camponesas, ficando um núcleo convivendo em Tacaimbó – PE e outro núcleo em Salgado de Sã Félix – PB. Aí se acham fincadas as raízes do Seminário Rural, iniciado, no caso do Nordeste, de modo mais sistematizado, a partir de 1981, no Brejo paraibano, num lugar conhecido com Avarzeado, município de Pilões, a essa época, pertencente à Arquidiocese da Paraíba, da qual era arcebispo Dom José Maria Pires, que acolheu e apoiou, com toda a força, a iniciativa.
A primeira turma, iniciada em 1981, comportava uma dezena de jovens camponeses, vindos de vários Estados do Nordeste e do Norte (Paraíba, Sergipe, Alagoas, Pará…). Experiência que vem relatada no livro elaborado pelo Pe. José Comblin, sob o título “Teologia da Enxada”, publicado pela Vozes, em 1977, em que são tomados vários depoimentos dos protagonistas. Experiência que comportava conteúdos e dinâmicas especialmente voltados para a realidade do campo, do mundo camponês. Não tardaria a ser recusada pelo Vaticano, para quem não tal proposta correspondia não atendia às exigências de formação de um clero ortodoxo. Dois anos depois, tal experiência converteu-se noutra proposta ainda melhor, agora voltada para a formação de leigos.
2. O Centro de Formação Missionária (CFM) – Com a inviabilização institucional pelo Vaticano, sob o governo neoromanizante do Papa João Paulo II, a fecunda experiência do Seminário Rural foi convertida, de modo ainda mais fecundo, no Centro de Formação Missionária para jovens do meio rural nordestino.
Em Serra Redonda – PB, à turma do Seminário Rural somaram-se outros jovens, vindos de vários Estados do Nordeste. Num sítio pertencente à Paróquia de Serra Redonda, vizinho à cidade, e graças aos recursos provenientes de católicos da Europa, foram construídas casas, refeitório, capela, etc., assegurando uma estrutura simples e digna do acolhimento daqueles jovens vocacionados à missão, após um processo cuidadoso de seleção, do qual eram os candidatos os principais protatagonistas da escolha, com a ajuda da Equipe de Formação, ajudando-os a melhor discernirem.
Uma vez selecionados, aí passavam dois anos, findos os quais passavam a ser acolhidos em comunidades vizinhas, por outros dois anos, sendo sempre acompanhados pela mesma Equipe de Formação, em seus estudos, trabalhos e experiências pastorais. Os últimos dois anos – do total de seis requeridos pela formação -, retornavam às suas comunidades de origem, com o compromisso de ajudarem a criar e animar novas comunidades de missão.
Em Serra Redonda, nos dois primeiros anos, tratavam de associar, de modo bem dosado, tempos de estudos, tempos de trabalho manual (contribuíam para a sua manutenção, realizando trabalhos de plantio e criação de pequenos animais, além dos vários momentos de oração e da participação, nas comunidades vizinhas, de encontros nos finais de semana.
3. O Centro de Formação de Missionárias Populares – Como antes assinalada, uma marca forte da pedagogia combliniana é busca de unidade na diversidade. Nada de uniformidade! Vocação missionária, também, não rima com fôrma. Se, em Serra Redonda, jovens do meio rural preparavam-se para sua formação missionária, isto não deveria excluir outras possibilidades, que depois foram sendo viabilizadas. Nem todo missionário quer ou precisa ser celibatário; a missão é mais animada pelas mulheres, no dia-a-dia, e onde estavam as jovens, nessa experiência de formação?
Tal como se deu para a oferta da experiência formativa, em Serra Redonda, esforços foram envidados para viabilizar, também, espaço formativo feminino. Foi assim que, em Mogeiro – PB, surgiu, em 1987, a iniciativa de formação de missionárias do meio popular. Igualmente acompanhadas por uma Equipe de Formação, composta pelo próprio Comblin e algumas missionárias religiosas e leigas.
Ainda hoje, várias dessas missionárias seguem em missão, especialmente nas comunidades do Nordeste. Três dessas missionárias leigas ainda hoje cuidam, com zelo e assiduidade, de um dos projetos formativos mais vigorosos de quantos inspirou e inspira a figura do Pe. José: as Escolas de Formação Missionária, em especial a de Mogeiro.
4. A Associação dos Missionários e Missionárias do Campo (AMC) – Mais uma demonstração do espírito plural da pedagogia combliniana. A AMC reúne o maior contingente de protagonistas – mulheres e homens – das diferentes famílias comblinaianas, sendo que a maioria é composta por casais missionários atuando na zona rural em vários Estados do Nordeste, animando as comunidades do campo, formando outras, e cuidando de sua própria formação continuada. Elas e eles se encontram, anualmente, em assembleia geral, para confraternizarem, para se inter-ajudarem, para rezarem juntos e celebrar, bem como para avaliarem, planejarem suas atividades comuns.
5. A Associação Árvore – Em meados dos anos 90, num contexto de relativo refluxo das forças populares, dentro e fora da Igreja, essa experiência nasce e se desenvolve, com o objetivo de fortalecer a prioridade da formação, em outros ambientes para além dos já contemplados, mas de forma articulada com as demais experiências. Por outro lado, ante as estratégias de desmonte implementadas, desde o Vaticano, com o claro propósito de enfranquecer os trabalhos da “Igreja na Base”, em prol de movimentos conservadores, sentia-se um clima de perseguição a essas bases, razão por que a saída encontrada foi a de buscar uma relativa autonomia em seus trabalhos, inclusive constituindo-se em associações autônomas, inclusive buscando espaços físicos próprios onde pudesse ter continuidade sua formação. O foco é formação integral, humana e cristã.
Tendo como sede-referência o Sítio São José (Bayeux – PB), adquirido graças a projetos financiados por órgãos católicos europeus, e no qual foram construídas várias casas, salão de estudo, refeitório, capela, depois confiadas à Associação Árvore, formada de leigos e leigas, com ampla autonomia. Vasta e fecunda programação formativa (Curso Básico, Antigo e Novo Testamento, Jesus de Nazaré, Missão, Realidade Social, Espiritualidade, entre outros temas). O programa completo requeria uma experiência de cinco anos. Curso também acompanhado, “in loco”, em diversas cidades do interior e da zona rural. Uma característica desse curso (como de toda a pedagogia combliniana) é a forte e dinâmica associação entre conteúdos e metodologia adotada. Apenas uma única ilustração, a partir do Curso Básico.
Este consistia, quanto à parte de conteúdos, de sete temas a serem trabalhados, em sete sucessivos meses (um final de semana por mês), compreendendo como temas: Igreja-comunidade, o mundo dos pobres, a missão, a vocação, a oração, os ministérios e o Povo de Deus. Cada um desses temas era trabalhado/vivenciado, a cada vez, em oito passos:
– Oração inicial (tendo como referência o Ofício Divino das Comunidades);
– Motivação: sempre a partir de um belo painel com uma árvore, cuja evolução aí vinha didaticamente visibilizada, desde a preparação do terreno, as sementes, o broto, as várias partes constitutivas da árvore, até a floração e os frutos.
– Troca de experiências – Momento destacado, na avaliação, como dos mais preferidos, pela riqueza de aprendizados.
– Caixa de retratos – Aqui se faz uma fecunda visitação a textos da Sagrada Escritura, especialmente voltados mais diretamente ao tema tratado naquele final de semana.
– Vida de um santo ou de uma santa – Os textos didáticos do Curso da Árvore incluem trechos da vida de alguns santos ou figuras proféticas de hoje, tais como São Benedito, São Francisco, Pe. Ibiapina e outros: o que eles tiveram de inspiração, no tema em reflexão?
– Um documento da Igreja – Elege-se, conforme a temática trabalhada, um trecho de um documento da Igreja, a exemplo de uma das conferências episcopais latino-americanas, como a de Medellín, de Puebla, de Aparecida ou de um texto da CNBB.
– Nossa ação – O penúltimo passo incentiva à ação concreta dos participantes, em vista de seu compromisso pastoral e social. Daqui até o próximo encontro, o que vamos fazer? Que contribuição somos chamados a oferecer, ao voltarmos às nossas comunidades?
– Oração de encerramento – Assim como se começa, também se faz uma celebração ou uma oração, ao final da jornada.
– Oração inicial (tendo como referência o Ofício Divino das Comunidades);
– Motivação: sempre a partir de um belo painel com uma árvore, cuja evolução aí vinha didaticamente visibilizada, desde a preparação do terreno, as sementes, o broto, as várias partes constitutivas da árvore, até a floração e os frutos.
– Troca de experiências – Momento destacado, na avaliação, como dos mais preferidos, pela riqueza de aprendizados.
– Caixa de retratos – Aqui se faz uma fecunda visitação a textos da Sagrada Escritura, especialmente voltados mais diretamente ao tema tratado naquele final de semana.
– Vida de um santo ou de uma santa – Os textos didáticos do Curso da Árvore incluem trechos da vida de alguns santos ou figuras proféticas de hoje, tais como São Benedito, São Francisco, Pe. Ibiapina e outros: o que eles tiveram de inspiração, no tema em reflexão?
– Um documento da Igreja – Elege-se, conforme a temática trabalhada, um trecho de um documento da Igreja, a exemplo de uma das conferências episcopais latino-americanas, como a de Medellín, de Puebla, de Aparecida ou de um texto da CNBB.
– Nossa ação – O penúltimo passo incentiva à ação concreta dos participantes, em vista de seu compromisso pastoral e social. Daqui até o próximo encontro, o que vamos fazer? Que contribuição somos chamados a oferecer, ao voltarmos às nossas comunidades?
– Oração de encerramento – Assim como se começa, também se faz uma celebração ou uma oração, ao final da jornada.
Observe-se aí a íntima associação entre conteúdos e método: uma coisa se faz em função e de modo articulado à outra. Isto faz uma grande diferença! Essa experiência, vigorosa nos anos 90, sofreu dificuldades, a partir dos anos 2000, o que comporta vários fatores externos e internos que merecem avaliação, noutra ocasião.
6. A Fraternidade do Discípulo Amado – Desde as primeiras experiências inspiradas numa pedagogia combliniana, já pulsava forte a tendência à uma salutar diversificação de formatos pedagógicos, de modo a compatibilizá-lo com o carisma dos participantes. Um desses carismas fortemente presente era o da vocação contemplativa de leigos e leigas. Essa experiência vem sendo vivenciada, de modo mais expresso, a partir de meados dos anos 90, quando um grupo decidiu ousar concretizar uma fecunda experiência monástica, num sítio – Sítio Catita -, no município de Colônia Leopoldina – AL. Aí vivem cerca de doze pessoas – homens e mulheres -, leigos e leigas consagrados à vida contemplativa. Além dos vários momentos de oração, de celebração litúrgica, durante o dia e à noite, também cuidam da auto-sustentação, com seus trabalhos de criação de pequenos animais, apicultura e trabalhos artesanais. Sua vocação contemplativa, alimentada pela espiritualidade da Teologia da Enxada, mantém-se atenta aos sinais dos tempos, trazendo para a sua ontemplação as alegrias, as dores e as esperanças do povo dos pobres.
7. A Associação dos Missionários e Missionárias do Nordeste (AMINE) – Atuando em diferentes Estados do Nordeste, a AMINE tem nas missões populares sua marca mais destacada. Em seus encontros periódicos, eles e elas avaliam suas atividades e planejam as próximas, repartindo tarefas, definindo modos de atuar, sempre acentuando a importância, não apenas dos momentos mais fortes das missões populares, mas também sua preparação (a pré-Missão) e sua continuidade (a pós-Missão), o que sublinha, mais uma vez, o caráter de continuidade da pedagogia combliniana. Um livro que ilustra muito bem o perfil do trabalho da AMINE, razão por que é tão utilizado, é o que se intitula Experiência Missionária no Nordeste, de autoria de Frei Roberto Eufrásio de Oliveira.
8. Grupo de Peregrinos e Peregrinas do Nordeste – Iniciado em 1986/87, este Grupo em breve alcança seus 30 anos de uma experiência frutuosa. Integrado por uma vintena de membros, homens e mulheres -, o Grupo tem-se disposto, a cada ano, a reservar-se algumas semanas, em geral, no mês de julho (por conta do período de férias, já que muitos deles/delas têm vínculo profissional), para peregrinarem por terras nordestinas: ora de Palmares a Canudos; ora pela Zona da Mata, ora pelos assentamentos rurais… buscando seguir os conselhos evangélicos da peregrinação: o despojamento, a gratuidade, a disposição de solidarizar-se com as lutas dos desamparados pela sua libertação. Além do período anual de peregrinação, os integrantes do Grupo costumam encontra-se para confraternização, retiro, celebração, avaliação e planejamento de suas aitividades. Encontram-se, inclusive, no Sítio Catita, onde também moram alguns dos seus integrantes, fazendo peregrinações periódicas, indivudualmente.
9. As Escolas de Formação Missionária – Outro emblema representativo da pedagogia combliniana. Como sugere o nome, trata-se de experiência formativa de jovens do meio popular – do campo e das periferias urbanas -, que se sintam vocacionados ao discipulado e ao seguimento do Movimento de Jesus, comprometidos com a missão de servir a causa do Reino de Deus, no engajamento a serviço da libertação do povo dos pobres.
Iniciadas no final dos anos 80 – a primeira foi acolhida em Juazeiro da Bahia, de onde foram estendendo-se por outros Estados do Nordeste. Hoje, são em número de seis: além da de Juazeiro – BA, há a de Mogeiro – PB, a de Esperantina – PI, a de Floresta – PE, a de Barra – BA e a de Nazaré da Mata – PE.
Seus integrantes são jovens e adultos do Nordeste, já com alguma experiência de inserção nos trabalhos de animação comunitária, e que desejam aprimorar sua formação missionária. Nessas escolas, são recebidos, durante um mês, a cada ano, e por cinco anos, com o objetivo de:
– conhecer melhor e aprender com os demais participantes, acerca de suas atividades missionárias;
– aprofundar seus estudos, especialmente atinentes à vida e aos trabalhos missionários junto ao povo dos pobres;
– pôr em prática uma metodologia de estudo e de trabalho, compatível com concepção de Missão partilhada pela pedagogia combliniana;
– exercitar uma espiritualidade incarnada e libertadora, a partir da opção pelos pobres e da adoção de um estilo de vida sóbrio e fiel à causa do Reino de Deus e Sua justiça;
– levar um estilo de vida sóbrio e a serviço das comunidades do campo e das preriferias urbanas;
– de volta à sua comunidade, cumprir as tarefas formativas em grupo, com o acompanhamento de formadores e formadoras.
– conhecer melhor e aprender com os demais participantes, acerca de suas atividades missionárias;
– aprofundar seus estudos, especialmente atinentes à vida e aos trabalhos missionários junto ao povo dos pobres;
– pôr em prática uma metodologia de estudo e de trabalho, compatível com concepção de Missão partilhada pela pedagogia combliniana;
– exercitar uma espiritualidade incarnada e libertadora, a partir da opção pelos pobres e da adoção de um estilo de vida sóbrio e fiel à causa do Reino de Deus e Sua justiça;
– levar um estilo de vida sóbrio e a serviço das comunidades do campo e das preriferias urbanas;
– de volta à sua comunidade, cumprir as tarefas formativas em grupo, com o acompanhamento de formadores e formadoras.
10. Grupo Kairós/Nós Também Somos Igreja – Em fraterna parceria com as demais famílias comblinianas, nascem e se desenvolvem experiências grupais ou comunitárias, inspiradas pelos mesmos valores da pedagonia combliniana, a exemplo dos grupos mencionados. Trata-se de experiências distintas que interagem, em vários momentos, para a construção e vivência de tarefas comuns.
O Grupo Kairós/Nós Também Somos Igreja, por exemplo, foi criado em 1998. Nasceu a partir dos encontros mensais de seus integrantes na casa do Pe. José Comblin, no Alto da Boa Vista, em Bayeux, onde se acha também a sede da Associação Árvore. Nesses encontros mensais, os participantes – uma quinzena – propunham uma temática – elementos da conjuntura sócio-eclesial, a leitura e reflexão de um texto produzido pelo Pe. José, uma atividade missionária ou pastoral, etc. Eram reuniões realizadas à tarde, ao final da da qual, com generosa preparação da Missionária Mônica Muggler, era oferecida uma suculenta merenda, com todos em volta da mesa.
Após a mudança de Comblin e Mônica para a Diocese de Barra – BA, acolhidos que ali foram por Dom Frei Luiz Cappio e aquela comunidade, o grupo passou a reunir-se semanalmente, numa sala do Centro de Educação da UFPB. Nessas reuniões semanais, os integrantes cuidam de refletir sobre leituras previamente acordadas entre os participantes, especialmente dos livros do Pe. José Comblin, sobre a ação do Espírito Santo no Mundo, como também de outros teólogos e teólogas (Carlos Mesters, Hans Küng, Eduardo Hoornaert, Ivone Gebara, Teresa Forcades, entre várias outras personagens). Essas reuniões semanais constituem também um espaço de confraternização, de análise de conjuntura sócio-eclesial, de celebração e de planejamento de atividades junto com outros grupos (os acima mencionados).
Uma dessas atividades tem sido a organização anual da Semana Teológica Pe. José Comblin, já em sua quarta edição. Ela vem sendo organizada em parceria com esses grupos, como também com a Livraria Paulinas, com o Núcleo de Estudos José Comblin, da Universidade Católica de Pernambuco (a qual sediou a quarta edição da Semana Teológica: cf. a página: http://www.unicap.br/comblin/
Outra parceria importante na organização dessa Semana tem sido a Pastoral do Povo da Rua, de Fortaleza, junto com o teólogo Pe. Francisco Aquino Júnior, bem como as comunidades do campo e da cidade, como as comunidades ao redor de Café do Vento, Sobrado – PB, e do Alto das Popualres, em Santa Rita – PB. Ao longo do ano, têm sido organizadas jornadas comunitárias em função da construção, em mutirão, da Semana Teológica.
11. Em fraterna parceria com estas famílias comblinianas, nascem e se desenvolvem experiências grupais ou comunitárias, tendo como fecunda referência a pedagogia de Pe. Comblin e seu modo de fazer teologia. Trata-se de experiências distintas que interagem, em vários momentos, para a construção e vivência de tarefas comuns. Estas experiências são:
O Grupo Igreja dos Pobres, composto por alguns padres da Paraíba que depois do impacto espiritual e afetivo da morte de Comblin (27 de Março de 2011), vem se articulando periodicamente para contribuir a manter vivo em nosso meio o legado de Pe. José. Alguns desse grupo participaram dos Cursos de Formação Missionária organizados pelo próprio Comblin, outros colaboram atualmente na Escola de Mogeiro. Este grupo administra e alimenta um Site que se propõe de manter viva a memória da vida missionária de Pe. Ibiapina, Dom Helder e outros, sobretudo da obra pedagógica e teológica de Pe. Comblin, divulgando experiências, reflexões, livros, cursos e Semanas Teológicas: www.teologianordeste.net
– Rede Celebra, desenvolve atividades de formação litúrgica no espaço e em colaboração com a Escola de Formação de Mogeiro. Anima os momentos de Espiritualidade e de Oração das Semanas Teológicas.
– A Pastoral Operária da Igreja da Paraíba acompanha os encontros de preparação e a própria realização da Semana Teológica.
– Também o Movimento das Comunidades Populares (MCP) participa e dá uma valiosa contribuição na realização das Semanas Teológicas.
– Outra atividade que vem sendo organizada anualmente é a Semana Teológica Pe. José Comblin, já em sua quarta edição. A Semana vem sendo preparada em parceria com esses grupos citados, como também com a Livraria Paulinas, de João Pessoa (PB) e com o Núcleo de Estudos José Comblin da Universidade Católica de Recife (PE).
– Outra parceria importante na organização dessa Semana tem sido a Pastoral do Povo da Rua, de Fortaleza (CE), junto com o teólogo Pe. Francisco Aquino Junior, bem como as Comunidades do campo ao redor de Café do Vento (Sobrado-PB) e as Comunidades da cidade como do Alto das Populares (Santa Rita-PB). Ao longo do ano, tem sido organizadas Jornadas Comunitárias nessas Comunidades em função da construção, em mutirão, da Semana Teológica.
Este é um apanhado, ainda incompleto, de experiências direta ou indiretamente inspiradas no legado de Pe. José Comblin, com destaque para sua contribuição no campo pedagógico.
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