sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Rememorando o “Pacto das Catacumbas” com Dom Helder Câmara, Dom Antônio Fragoso, Dom Adriano Hipólito

Com quanto entusiasmo profético ouvíamos Dom Fragoso a referir-se ao Pacto das Catacumbas, do qual ele foi um dos signatários, ao lado de cerca de outros quarenta bispos, nas Catacumbas de Santa Domitila, nas cercanias de Roma, em 16 de novembro de 1965.
O breve vídeo que segue, rememora este relevante compromisso, que passo a resumir, seguindo o roteiro do vídeo:

PACTO DAS CATACUMBAS
Por uma Igreja pobre, sem poder e profética
A reforma tem que vir de dentro. E essa reforma interior, a fazer dentro dos corações, também se buscou ensaiar durante os anos anos em que durou o Concílio Vaticano II. E se dava mais nos bastidores do Concílio, lembra Dom Antônio Batista Fragoso, bispo de Crateús – Ceará.
Nós éramos um grupo de cerca de 30 bispos, alguns cardeais, que nos reuníamos, na parte da tarde, no Colégio Belga, para refletir sobre temas da atualidade como o da identidade de Jesus com os pobres. Quero entender o significado do que está escrito “Isto é o meu Corpo”, como entendemos isto com relação aos que passam fome, aos doentes, aos preseos, aos estrangeiros: “aí estou eu”, “Eu sou isto”.
Tratava-se de dar consequência disto para a nossa vida pastoral e para a nossa espiritualidade, a partir desse entendimento da identidade de Cristo com os pobres.
E, após quatro anos, por ocasião do encerramento do Concílio, buscamos firmar um pacto entre nós, de nos comprometermos mais firmemente com alguns pontos mais importantes dessa experiência. Então nos reunimos na Catacumba de Santa Domitila, para celebrar esse pacto, pelo qual nos compremetemos a fazer incidir em nossa vida pastoral a causa dos pobres.
Além dos cerca de 40 signatários presentes à celebração do Pacto das Catacumbas, cerca de 500 bispos acabaram aderindo ao mesmo Pacto das Catacumbas.
E assim decidiram formular um texto contendo 13 pontos, que passariam a ser tomados como suas metas de compromisso pessoal, pastoral e de sua espiritualidade.
Em seguida, vem a leitura dos 13 pontos do referido documento, disponibilizado em vários “links”, a um dos quais ora recorro:
Pacto das Catacumbas da Igreja serva e pobre
Nós, Bispos, reunidos no Concílio Vaticano II, esclarecidos sobre as deficiências de nossa vida de pobreza segundo o Evangelho; incentivados uns pelos outros, numa iniciativa em que cada um de nós quereria evitar a singularidade e a presunção; unidos a todos os nossos Irmãos no Episcopado; contando sobretudo com a graça e a força de Nosso Senhor Jesus Cristo, com a oração dos fiéis e dos sacerdotes de nossas respectivas dioceses; colocando-nos, pelo pensamento e pela oração, diante da Trindade, diante da Igreja de Cristo e diante dos sacerdotes e dos fiéis de nossas dioceses, na humildade e na consciência de nossa fraqueza, mas também com toda a determinação e toda a força de que Deus nos quer dar a graça, comprometemo-nos ao que se segue:
1) Procuraremos viver segundo o modo ordinário da nossa população, no que concerne à habitação, à alimentação, aos meios de locomoção e a tudo que daí se segue. Cf. Mt 5,3; 6,33s; 8,20.
2) Para sempre renunciamos à aparência e à realidade da riqueza, especialmente no traje (fazendas ricas, cores berrantes), nas insígnias de matéria preciosa (devem esses signos ser, com efeito, evangélicos). Cf. Mc 6,9; Mt 10,9s; At 3,6. Nem ouro nem prata.
3) Não possuiremos nem imóveis, nem móveis, nem conta em banco, etc., em nosso próprio nome; e, se for preciso possuir, poremos tudo no nome da diocese, ou das obras sociais ou caritativas. Cf. Mt 6,19-21; Lc 12,33s.
4) Cada vez que for possível, confiaremos a gestão financeira e material em nossa diocese a uma comissão de leigos competentes e cônscios do seu papel apostólico, em mira a sermos menos administradores do que pastores e apóstolos. Cf. Mt 10,8; At. 6,1-7.

5) Recusamos ser chamados, oralmente ou por escrito, com nomes e títulos que signifiquem a grandeza e o poder (Eminência, Excelência, Monsenhor…). Preferimos ser chamados com o nome evangél

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