– Nos anos 40, várias pessoas católicas sentiam a necessidade de aproximar-se dos pobres, dos operários, exerienciando na pele seu dia-a-dia.
– Em vez de os padres esperarem que as pessoas fossem até eles, eles iam até o povo, e com os pobres passavam a conviver, vivendo de sua profissão.
– Sua era, antes, de expressar solidariedade com as pessoas pobres, independentemente do seu credo, do que a de “arrebanhar” gente para a Igreja: “E Ele estava lá no meio deles”.
– Em relação ao mundo católico dos operários, trataram de popularizar o uso da Bíblia, na língua do povo.
– No tratamento e na convivência com o mundo operário, não faziam distinção entre quem era crente ou ateu…
– Sob a inspiração da espiritualidade de Santa Tereza, foi fundado, em Liseux, um seminário para a formação de padres operários. Nele eram acolhidos, inclusive, padres já ordenados que quisessem tornar-se missionários para o mundo do trablaho, alem de alguns teólogos, em especial dominicanos, a exemplo do Pe. Chenu. Nesse seminário, chegaram a ser acolhidos em torno de 150 seminaristas. Destes alguns jovens de pouco mais de 18 anos, enquanto outros que tinham experienciado o horror da Segunda Guerra Mundial, como prisioneiros de guerra, e como membros da Resistência.
– Sentia-se uma efervescência missionária, um desejo de se estar e de se pôr em estado de missão.
– Um fato curioso nesta experiência foi o importante papel desempenhado pelo Cardeal Suhard (Emmanuel Celestin Suhard), na criação e manutenção desta experiência missionária no seio do mundo do trabalho. Era arcebispo de Paris. Após sua morte, em 1949, instalou-se um clima de resistência a tal experiência missionária, inclusive no seio do episcopado, o que levou ao seu desmonte, nos anos 50.
– Os contestadores diziam que “o padre é o homem do sagrado, tem que ser separado. Na “Mission de France, era o contrário”… Para estes, é preciso ir até aos pobres, inclusive participando de sua vida, de seu trabalho, nas mais distintas profissões: cozinheiros, motoristas, operadores de máquinas, enfermeiros, construção civil, etc.
– A “Mission de France” também comportava leigos e leigas, trabalhando como missionários.
– A partir de 1952, tornam-se mais claras as objeções contra os padres operários. Em 1954, graças à pressão de um certo número de bispos, o Vaticano intervém, travando a continuidade da experiência, e destituindo o responsável do Seminário de Lisieux, para desapontamento dos setores progressistas da Igreja.
– Ante o conflito instalado, uma parte dos padres aceita deixar seu trabalho, enquanto outra metade se recusa a aceitar.
– O Concílio Vaticano II haveria de recuperar esse entendimento do sentido de evangelização, não tanto como mera prédica, mas como testemunho da mensagem de Jesus: viver no meio dos pobres, como pobre e sofredores, como alertavam os signatários do Pacto das Catacumbas de Santa Domitila (1965).
– Após a chegada de João XXIII, que fez questão de se encontrar, no Vaticano, com representantes dos padres operários, e depois, graças ao apoio recebido tam´bem de Paulo VI – mas já noutro contexto de mundo trabalho, os padres operários voltam a ser autorizados.
– As novas gerações de padres operários, atuando sobretudo no setor terciário, e com formação acadêmica específica, têm contado muito com os leigos e leigas, com eles e elas trabalhando em equipe, cada equpe comportando padre, diácono e leigos.
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