Poesia que expressa refinada sensibilidade social e histórica. Um brinde à resistência dos oprimidos, em busca de resgatar-lhes a memória perigosa. Sua trajetória de dominação, mas também de resistência e de valente protagonismo.
Os autores começam rememorando significativos elementos históricos da trajetória de sofrimento dos Africanos escravizados, arrancados desde sua terra natal e trazidos à força, em péssimas condições de travessia oceânica, para as Américas, tendo sido o Brasil o destino de cerca de 40% desse contingente.
Na última estrofe selecionada, os Poetas aludem a figuras do Cangaço, em cenas envolvendo a região paraibana de Teixeira.
Escravizados
Os antigos Africanos
Por senhores desumanos
Fazendo-os sacrificados
Capturados
Amarrados na corrente
Vendidos a outra gente
De países tropicais
No tempo de Pai Tomás
Preto Velho e Pai Vicente (Bis)
Os antigos Africanos
Por senhores desumanos
Fazendo-os sacrificados
Capturados
Amarrados na corrente
Vendidos a outra gente
De países tropicais
No tempo de Pai Tomás
Preto Velho e Pai Vicente (Bis)
De Portugal
Vinham treze caravelas
Todos ocupantes delas
No comando de Cabral
Um temporal
Baixou violentamente
Deu destino diferente
Das Ilhas Ocidentais
No tempo de Pai Tomás
Preto Velho e Pai Vicente (Bis)
Vinham treze caravelas
Todos ocupantes delas
No comando de Cabral
Um temporal
Baixou violentamente
Deu destino diferente
Das Ilhas Ocidentais
No tempo de Pai Tomás
Preto Velho e Pai Vicente (Bis)
José Pereira
Em novecentos e trinta
Botou um punhal na cinta
E arrochou a cartucheira
Logo em Teixeira
Começou matando gente
Com u´a emboscada na frente
Esperando os Liberais
No tempo de Pai Tomás
Preto Velho e Pai Vicente
Em novecentos e trinta
Botou um punhal na cinta
E arrochou a cartucheira
Logo em Teixeira
Começou matando gente
Com u´a emboscada na frente
Esperando os Liberais
No tempo de Pai Tomás
Preto Velho e Pai Vicente
As estrofes de dez versos comportam apenas duas linhas de quatro sílabas (no caso, a primeira e a quarta), enquanto as demais são de sete sílabas. Quanto à rima, as estrofes se apresentam assim estruturadas: ABBAACCDDC
In: Florilégio de estrofes de poesia sertaneja (João Pessoa: Edições Buscas, 2009)
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