quinta-feira, 14 de julho de 2016

REDES SOCIAIS, LIMITES E POTENCIALIDADES: o caso de algumas páginas eletrônicas de grupos cristãos progressistas

Cada época, bem o sabemos, tem suas ferramentas e seus meios de comunicação próprios, também podendo ainda conviver com os de outros tempos. Em nossos tempos, convivemos com uma espantosa diversidade de meios de comunicação. Se até poucas décadas atrás, os grandes meios de comunicação reinavam, soberanos, isto já não é bem assim, na atualidade. Televisão, jornais, revistas, por exemplo, hoje têm que conviver com uma nova ferramenta eletrônica – ela própria grandemente diversificada – cuja crescente expansão e cuja inserção incessante em distintos segmentos das populações em tantos países parecem alcançar ou prenunciar uma concorrência “pari passu” com a grande mídia comercial. Não é por acaso que esta última cuida de absorvê-la, fazendo uso cada vez mais de ampla variedade de novas ferramentas.
Dentre os limites das novas ferramentas, podem ser destacados, por exemplo, um acesso ainda incipiente por parte de segmentos populacionais de uma gama considerável de países; certa dependência não desprezível de grandes corporações em parceria com grandes potências, no que tange, por exemplo, ao controle de ítens de importância em sua oferta e em seu funcionamento. A esse respeito, são conhecidos frequentes casos restritivos de acesso à WEB, em vários países. Não faz muito tempo, tive conhecimento de uma estudante de um país do Oriente Médio, que solicitava a uma pesquisadora brasileira uma sua, ao que a pesquisadora lhe respondeu estar a tese disponibilizada na rede mundial de computadores. – “Mas por aqui, a gente não pode ter acesso livre a tudo…” Os autores de tais medidas têm consciência do alcance subversivo dessas ferramentas…
Neste caso, tais ferramentas – como outras quaisquer, aliás – podem ter distintos e até antagônicas utilidades, seja do ponto de vista social, seja do ponto de vista econômico, seja na esfera da política, seja no domínio da cultura…
Trato de sublinhar aqui, todavia, suas potencialidades. Diferentemente da mídia comercial, as novas ferramentas permitem romper o monopólio (econômico, político e cultural) da grande mídia, ao propiciarem um amplo leque de escolhas descartadas pela grande mídia e seus financiadores, bem como ao permitirem a segmentos sociais marginalizados a possibilidade de superarem sua condição de meros espectadores/ouvintes/leitores de idéias, valores, interesses, crenças, bens econômicos e culturais veiculados por grupos privilegiados. Em vez de tal submissão, segmentos populacionais de variados perfis, por meio das novas ferramentas midiáticas, ousam dizer a sua palavra, fazendo-a circular mundo afora, compartilhando suas idéias, seus valores, sua produção de bens materiais e imateriais. É verdade que isto não garante a qualidade da produção veiculada: há de tudo por aí. Mas, de outro modo, como vencer o cerco cerrado do monopólio da mídia mercantilista? Qual a qualidade, por ex., de um “Big Brother”?
Ao lidarmos com a irrupção e expansão das novas ferramentas ao alcance de cidadãs e cidadãos, de comunidades e grupos alternativos, pomo-nos diante de um feito tanto mais expressivo, quando se trata de sujeitos coletivos e individuais que passam a assumir-se com\o protagonistas da construção de uma cidadania alternativa, contrapondo-se vivamente ao hegemônico modelo de produção, de consumo, de gestão de sociedade e de modo de convivência entre os humanos e com os demais viventes e o Planeta.
Fenômeno altamente impactante, este. Basta que atentemos para alguns casos talvez mais notórios. Como explicar, por exemplo, acontecimentos de grande densidade, no cenário mundal, tais como; o Movimento Ocupem Wall Street, as grandes mobilizações de trabalhadores e trabalhadoras em vários países centrais do Capitalismo, a denominada “primavera árabe”, a mobilização dos estudantes chilenos, só para mencionar essas poucas ocorrências recentes?
Nas linhas que seguem, entretanto, cuido especialmente de salientar um segmento singular de nossas sociedades: o segmento social formado por cristãos e cristãs inspirados por valores próximos ao da chamada Teologia da Libertação. Refiro-me a numerosos grupos de cristãos e cristãs (católicos, evangélicos atuando numa dimensão ecumênica) que também recorrem às novas ferramentas para expressarem seu descontentamento e sua oposição tanto em relação às forças dominantes no plano macro-social, quanto à linha de atuação de suas respectivas instituições eclesiásticas, razão por que se unem, em mutirão, contribuindo ativamente na criação de condições necessárias à germinação e florescimento, a longo prazo – mas começando desde já! – de um mundo justo, solidário, de equidade social e em harmonia com o Planete e todos os viventes, para o que profundas mudanças de sociedade e de estrutura eclesial são requeridas.
Hoje, como se sabe, há um vigoroso crescimento do número de páginas eletrônicas criadas e alimentadas por centenas, por milhares de grupos cristãos, em grande parte de caráter institucional de todos os matizes. Há igrejas evangélicas fazendo circular em rede abundantes materiais (de caráter doutrinal, informativo, formativo…), há dioceses, paróquias, grupos, pastorais, movimentos, associações, serviços, etc. – todos com suas próprias páginas eletrônicas.
Aqui, nossa atenção específica dirige-se a acenar, de passagem, para algumas páginas eletrônicas protagonizadas por grupos de segmentos de cristãos (católicos e não-católicos) inspirados no que um conhecido sociólogo, Michael Löwy, tem chamado de “cristãos pela libertação”. Essas páginas se acham espalhadas pelo mundo todo, mas principalmente pela Europa e pela América do Norte, mas, na América Latina, encontramos também páginas emblemáticas. A título de ilustração, passo a considerar apenas algumas delas que acompanho, com certa frequência, dentro do meu parco conhecimento e limitada disponibilidade.
Na América Latina
– Servicios Koinonía – Estamos diante de uma das referências-chave de página eletrônica em toda a América Latina, e em outras partes do mundo, no que diz respeito aos temas mais urgentes do Planeta e da humanidade, sob a perspectiva de um Cristianismo Libertador. Lida com formação teológica, com a famosa Agenda Latinoamericana, com textos luminosos de figuraras como Dom Pedro Casaldáliga e outras. Iniciativas no âmbito da formação teológica, biblioteca preciosa, incluindo livros digitalizados disponibilizados.
http://www.fundacionpuebloindio.org/index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=39&Itemid=56
– Departamento Ecuménico de Investigaciones (DEI), na Costa Rica – Outra página eletrônica que expressa iniciativas de profundo alcance investigativo e formativo, em cima de experiências e práticas concretas de distintos sujeitos populares, numa perspectiva cristã libertadora.
http://www.dei-cr.org/
– A Fundación Pueblo Indio del Ecuador dedica-se à defesa e promoção dos Índios, no âmbito do Equador. Legado profético do saudoso Bispo dos Índios Dom Leonidas Proaño, com quem muito trabalhou o Pe. José Comblin.
http://www.fundacionpuebloindio.org/index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=39&Itemid=56
– A Fundación Amerindia Continental (Montevidéu, Uruguai) tem-se empenhado em promover a causa indígena, acompanhando e refletindo sobre suas densas experiências, inclusive acerca da espiritualidade dos povos indígenas, atenta à sua reconhecida contribuição, também nessa área:
www.amerindiaenlared.org
– ADITAL – Agência de Documentação e Informação Frei Tito de Alencar (em Fortaleza – CE, Brasil) tem-se destacado como um fecundo serviço de informação alternativa em defesa da causa dos pobres.
http://www.adital.com.br/site/index.asp?lang=PT
– Cuadernos Opción por los Pobres – Chile – Iniciativa fecunda de membros de También Somos Iglesia – Chile, com a disponibilização de inúmeros textos do teólogo José Comblin, amplamente socializados na América Latina.
http://sicsal.net/reflexiones/ElCaminoComblin.html
– Curas en Opción por los Pobres – Argentina – Grupo bastante ativo na promoção dos direitos humanos, também ao interno da Igreja, numa perspectiva da Tologia da Libertação.
http://www.curasopp.com.ar/
– ALAI Net também constitui uma agência de informação de notável referência, na perspectiva das lutas democráticas no continente.
http://alainet.org/quienes-somos.phtml
– Corporación Utopías – Colômbia – tem fornecido luminosos elementos de reflexão crítica sobre a Igreja Católica e sobre o mundo. Textos que nos chegam graças ao envio por Héctor Torres.
No Brasil
– A página do CIMI (Conselho Indigenista Missionário), inclusive o seu conhecido jornal Porantim, segue cumprindo um notável papel de exercício crítico, numa dimensão alternativa, a partir da realidade dos povos indígenas (cf. http://www.cimi.org.br/site/pt-br/ ).
– O CEBI (Centro de Estudos Bíblicos), de orientação ecumênca, segue igualmente a brindar-nos com textos e reflexões de grande relevância e atualidade:
http://www.cebi.org.br/
– As CEBs (Comunidades Eclesiais de Base), seja em “site” hospedeiro como o da CNBB,
http://www.cnbb.org.br/site/comissoes-episcopais/laicato/setor-cebs/8532-cebs-preparam-proximo-intereclesial-no-ceara , seja por meio de outras páginas com dimensão regional/local, a exemplo do “site”
http://santuariodascomunidades.blogspot.com.br/p/quem-somos.html
vêm continuando seu trabalho, agora em franca preparação para o seu XIII Encontro Intereclesial, a realizar-se em Juazeiro.
– Dentro do atual contexto da caminhada eclesial, o Conselho Nacional de Leigos – CNL – tem atuado, também, por meio de sua página:
http://www.cnlb.org.br/
– A CRB (Conferência dos Religiosos do Brasil) socializa suas atividades no site:
http://crbnacional.org.br/site/
– O Instituto Humanitas (IHU), ligado à UNISINOS, em São Leopoldo, tem prestado serviços de reconhecida atualidade, seja por meio de artigos, entrevistas preciosas, por meio de sua página:
http://www.ihu.unisinos.br/
– A CPT (Comissão Pastoral da Terra) tem uma história de reconhecida contribuição com as lutas e conquistas dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Campo, sempre numa perspectiva profética, de denúncia e anúncio:
http://www.cptnacional.org.br/
– Votada mais diretamente ao mundo urbano, a Pastoral Operária mantém, igualmente, sua página eletrônica, informando e refletindo sobre os dramas do mundo do trabalho, seus desafios e esperanças:
http://www.pastoraloperaria.org.br/Site_Inicial.aspx
– Herdeira de uma história de marcante contribuição, junto com as demais expressões da Ação Católica Especializada, a JOC dá seu recado por meio da página:
http://www.jocfiaes.blogspot.com.br/
– O Setor Pastoral de Migrantes atua com exemplar vigor e dedicação, organizado que está, em âmbito internacional, nacional e regional, a exemplo do “site” seguinte:
http://spmigrantes.wordpress.com/
De olho na realidade social, os Agentes de Pastoral Negros desenvolvem seu trabalho de reflexão e de resitência, combinando com iniciativas de caráter informativo e formativo, como o fazem por meio da página:
https://sites.google.com/site/agentesdepastoralnegros/
O CONIC – Conselho Nacional de Igrejas Cristãs constitui uma experência ecumênica, atuando no Brasil, com iniciativas notáveis, também no plano social, inclusive por meio de sua página:
http://www.conic.org.br/cms/
– Os irmãos e irmãs da Comunhão Anglicana contam, entre suas páginas, a que corresponde à Diocese Anglicana de Recife, na página:
http://dar.ieab.org.br/
– Kairós/Nós Também Somos Igreja – Trata-se de um “blog” destinado a socializar textos, relatos de experiências e de acontecimentos ligados à Teologia da Enxada, à Teologia da Libertação, à chamada “Igreja na Base”, tendo como figura-referência a o teólogo José Comblin. Kairós/Nós Também somos Igreja é filiado ao Internatinal Movement We are Church, mantendo fraterna parceria com También Somos Iglesia – Chile e outros grupos da América Latina.
– Teologia Nordeste – Página eletrônica dedicada à divulgação de textos e matérias ligados à Teologia da Libertação, mais diretamente ligados a temas nordestinos, sob a inspiração dos missionários Ibiapina e José Comblin.
www.teologianordeste.net
– A Revista Consciência.net tem-se firmado como um periódico voltado para uma ampla variedade de temas da atualidade, aberto e sensível também aos desafios enfrentados ao interno das igrejas, inclusive a Igreja Católica.
www.consciencia.net
http://consciencianet.blogspot.com.br/
– Memorial das Ligas Camponesas – Uma ONG que, há alguns anos, com a animação de lideranças camponesas da região de Sapé – PB, com a colaboração de várias entidades de Igreja e outras, vem buscando recuperar e difundir elementos da história de lutas das Ligas Camponesas, em especial na Paraíba, ao tempo em que também se empenha em iniciativas de formação para os jovens dos assentamentos da região.
www.ligascamponesas.org.br
– O Centro Dom Hélder Câmara – CENDHEC – constitui uma iniciativa prestigiada pelo relevante trabalho e iniciativas desenvolvidos, sob a insprição de sua figura-referência.
http://www1.cendhec.org.br/cms/opencms/cendhec/pt/home/
– O Instituto de Desenvolvimento Social Dom Antônio Batista Fragoso – IDSAF – desponta como outra iniciativa frutuosa, em Crateús – CE, e para outras partes do Nordeste, do país e da América Latina.
http://sabicrateus.blogspot.com.br/2010/01/instituto-de-desenvolvimento-social-dom.html
– O Centro de Direitos Humanos Dom Oscar Romaro, CEDHOR, localizado em Tibiri II, em Santa Rita – PB, tem sido uma das grandes referências na defesa e promoção dos direitos sociais de distintos segmentos – Mulheres, Crianças, Adolescentes, Famílias, etc. Sua ação proativa tem sido amplamente reconhecida, inclusive com premiações de destaque.
http://www.cedhor.org/node/2
– Página eletrônica da organização de Padres Casados e suas famílais – Como é relativamente frequente em outro países, sobretudo na Europa, também no Brasil, os padres casados pronunciam sua palavra profética, por meio da página:
http://www.padrescasados.org/archives/151/bem-vindo-ao-site-do-movimento-das-familias-dos-padres-casados-associacao-rumos/comment-page-1/
Nos Estados Unidos
– LCWR – Uma das organizações mais apreciadas, na esfera católica dos Estados Unidos, tem sido a Conferência das Religiosas dos Estados Unidos. A LCWR congrega em torno de 1500 coordenadoras de comunidades religiosas femininas, com amplo e reconhecido trabalho missionário entre os pobres daquele país, em especial na defesa da condição feminina e da ecologia, nuama perspectiva evangélica.
https://lcwr.org/
– SOA Watch – como é conhecido o Movimento De Olho na Escola das Américas, uma instituição formadora de militares de governos reacionários e ditatoriais da América Latina, sobretudo no período das ditaduras militares, razão por que esse Movimento cuida de mobilizar a população de todo o continente no sentido de exigir o fechamento dessa Escola tenebrosa.
http://www.soaw.org/
– Liberation Theology – Página eletrônica editada por Dennis Rivers, que lida com textos abundantes sobre distintas abordagens da Teologia da Libertação, bem como sobre causas ligadas ao povo dos pobres, e com os mártires.
http://liberationtheology.org/
– CAT – Call to Action – Uma organização de católicos e católicas estadunidenses voltada para iniciativas de mudança na Igreja, em distintos aspectos: renovação estrutural, liberação do celibato obrigatório para padres, extensão a todos os vocacionados e vocacionadas do direito de ordenação presbiteral, luta pela justiça e pela igualdade.
http://www.cta-usa.org/
– Catholics for choice (Católicas pelo direito de decidir), outra página eletrônica de grande influência, não apenas nos Estados Unidos e no Canadá. Também na América Latina, conta com uma dezena de países onde há organizações parceiras (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, El Salvador, Equador, México, Nicarágua, Peru. E tem parceiria ainda na Espanha. No Brasil, a organização existe desde 1993, em São Paulo (cf. www.cddbr@uol.org.br )
http://www.catholicsforchoice.org/about/ourwork/default.asp
Na Europa
– International Movement We are Church – Fundado em meados dos anos 90, inicialmente na Áustria, hoje conta com gruos e organizações afiliadas em cerca de trinta países, em todos os continentes. No Brasil, é representado por Kairós/Nós Também Somos Igreja.
www.we-are-church.org
– Redes Cristianas – Organização/Movimento que, na Espanha, congrega em torno de 200 grupos, comunidades e movimentos de base, com o objetivo de lutar por mudanças democráticas na Igreja e na sociedade.
http://www.redescristianas.net/quienes-somos/
Le Réseaux du Parvis – Como sugere o nome, organiza-se também em rede, sob a forma jurídica de uma federação que comprende uma quinzena de grupos e organizações de base, de caráter ecumênico, e com o objetivo de construir, dentro e fora dos espaços eclesiais, relações horizonais de justiça, de solidariedade, de fraternidade, de respeito à diversidade humana.
http://www.reseaux-parvis.fr/chretiens-en-liberte/
Como já assinalado, não tenho o propósito de fazer aqui um repertório de sujeitos coletivos, com perfil ecumênico, atuando, no mundo de hoje, num horizonte de compromisso de mudança das estruturas eclesiásticas e macro-sociais. Apenas ofereci uma pequena amostra, com propósito ilustrativo. Mesmo em se tratando de uma pequena amostra, é possível perceber a necesidade de nos determos em cada página dessas, com o objetivo de traçar o perfil de cada uma, e, sobretudo, exercitar um olhar analítico de seu conjunto.
De todos os modos, essa pequena amostra já é suficiente para observarmos a variedade de sujeitos identificados com um horizonte libertador de Cristianimo em atuação, pelo mundo, sob pena de ficarmos na ilusão de que a crescente onda de protestos e reivindicações contra as estruturas eclesiásticas e de poder em geral seja algo de um pequeno grupo de descontentes, sem qualquer expressão. Tendência, aliás, que só aponta para sua expansão, tanto mais quanto cada um desses sujeitos começar a agir em rede, como alguns já fazem, mas ainda uma pequena minoria.
Revendo o passado, é bem possível sentir que as mudanças ao interno das igrejas se dão a longo prazo, mas é certo que esse processo está mesmo em curso, na atualidade, ainda em doses moleculares, e acumulando forças para mais além. E nesse mesmo processo, as redes sociais por meio de novas ferramentas de comunicação, de organização, de formação e de mobilização, ocupa um lugar privilegiado, nos tempos atuais.

João Pessoa, 30 de janeiro de 2013.

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