quarta-feira, 6 de julho de 2016

Nordestinação (Composição de Daudeth Bandeira e instrumentação de Chagas Fernandes)

É relativamente comum, entre Poetas e Repentistas nordestinos, a expressão de uma ponta de orgulho por sua região. A reverência à terra natal é atitude corrente, não exclusiva dos Nordestinos e Nordestinas.
Um rápido passeio pela produção de Poetas e Repentistas é suficiente para se dar conta da profundidade do sentimento pela “terrinha”. No caso do Nordeste, isto é patente: desde o Maranhão à Bahia. Aqui se cultivam terras e gentes, com todo o ardor.
Sentimento ainda mais aguçado, diante de situações de menosprezo ou de discriminação ao povo ou à terra nordestina.
Nas estrofes aqui recolhidas, deleitamo-nos com a excelência da poesia produzida e musicada por seus respectivos autores. Quanto à letra, trata-se de uma peça antológica, não apenas quanto às ricas imagens utilizadas, mas também no que concerne à erudição do autor, na composição da mesma. Traço até mais visível em umas estrofes do que em outras. São nove estrofes, das quais – em homenagem à Gente e à terra da Paraíba, onde moramos – nos limitamos a uma delas.
A estrofe recolhida cuida de descrever as excelências da terra paraibana, tomando (como sucede, aliás, em relação às demais estrofes do Poema) a capital como referência privilegiada. A partir daí busca destacar os pontos que considera mais representativos ou pitorescos do Estado, e mais especialmente da capital: acidentes geográficos relevantes, paisagens, monumentos, figuras célebres (em relação à escolha do Autor ou de outrem, não tem que haver necessariamente concordância). Eis o que nos relata e destaca a estrofe escolhida:
“Esmerada cidade de João Pessoa
De Américo, de Alcides, de Zé Lins
Entre as árvores frondosas dos jardins
Um poema de Augusto ainda ecoa
Nas robustas palmeiras da Lagoa
Dão a ti elegância tropical
O teu busto na área litoral
Se arrepia de amor, ouvindo o cântico
Entoado nas ondas do Atlântico
Sua grande presença oriental”
No que tange aos traços formais da estrofe escollhida, não há novidade à vista. O estilo escolhido foi, uma vez mais, o “Martelo agalopado”.

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