quinta-feira, 21 de julho de 2016

Tributo a Confúcio

No processo incessante de ser mais
Percorremos veredas diferentes
Lapidando, inclusive, nossas mentes
Enfrentando caminhos tão plurais
Nenhum deles, sozinho, satisfaz
Na costura de fios tão diversos
Uma fonte instigante vem dos versos
De Poetas e clássicos criativos
De Confúcio importa ver arquivos
Que nos fazem na fonte estar imersos.
Nesses versos, proponho, caro amigo
Um passeio espontâneo a boas fontes
Eu espero teu sim, não desapontes
No passeio, estarei também contigo
Recolhendo dum mestre tão antigo
Qual Confúcio, filósofo eminente
– Um baú de saber já se pressente –
Eis a meta a que eu te desafio
Desse nó de liames sendo um fio
No tecer dessa trama de ser Gente!
Atraído por dentro, na raiz
Indo em busca de mim, do ser humano
Por Confúcio inicio o novo ano
Consciente que as vias são sutis
“São plurais nossas fontes” – bem se diz
E alguém nos é útil ter por lente
Um exemplo edifica, realmente
E, no caso, a Confúcio é que me alio
Sou um nó de liames, sou um fio
No tecer dessa trama, sou mais Gente.
“Pensar antes de agir”, ele dizia
Circunstâncias diversas tendo em conta
“Quem ensina, se instrui” – bem nos aponta
Mesmo quando a lição pinta sombria
E Confúcio outros pontos aprecia
Não cercar-se da sanha de demente
Às ações de homem sábio ter em mente
Evitando lançar-me no vazio
Sou um nó de liames, sou um fio
No tecer dessa trama, sou mais Gente.
“Só ouvindo, eu esqueço facilmente.
Mas, se vejo, recobro o esquecido.
Atenção eu lhe peço: dê ouvido:
Só se aprende, é fazendo, ó minha gente!”
Quanto mais sábio aprende, humilde sente
Elogio de si não se disputa
Exercita humildade, na labuta
São os outros que falam do que faço
Nem de bem nem de mal, não ergo o braço.
Do saber que eu pretenda ser recruta.
Sê prudente na fúria, controlado
Não despejes revolta, sendo à-toa
Faze apelo à razão, que não destoa
Normalmente, ela põe-se ao teu lado
E não sigas exemplo tresloucado
Não te esqueças de bem recompensar
Toda ação que se mostre exemplar
Companhia procura junto aos bons
Se te acercas dos maus, terás seus tons
E dos erros aprende, sem cessar.
Coerência é virtude relevante
Pela ação tu comprovas o que falas
De impostores se enchem tantas salas
Cabais provas esforça-te em dá-las
Se aprimoras teus dons a cada dia
Não terás mais revés ou dor tardia
Carregando punhados de areia
Chega um dia, a colina estará cheia
E mais perto estarás da Utopia.
O cuidado dos pais é um direito
Nos legaram com amor o dom da vida
Um dever de justiça nos convida
A manter um cuidado a ser refeito
Dia a dia, expressando nosso preito
Esperar contra toda esperança
Suportar com ação serena e mansa
Bem nutrido com o bem de cada dia
É assim que Confúcio avalia
E a mais desafio ele nos lança.
Não se opõe a prudência à valentia
Discernir em momentos cruciais
Pode até exigir um tanto mais
De atitude ousada, quem diria…
De coragem, de fé, de rebeldia
Mas p´ra tanto, convém que te prepares:
De quem luta convém que tomes ares
Exigindo de ti bem no limite
Já de outrem assim não acredites
Superando revés dos próprios pares…
Conhecer o passado é requisito
De quem almeja forjar um bom futuro
Do contrário, dás prova de imaturo
De artesão que despreza o que é bonito
O passado é docente, eu te repito
No percurso da vida, se desenha
Há lições que nos valem como senha
O perfil de aprendente que se é
Quem não capta os sinais, dá marcha à ré
Pois a si não avalia, só desdenha…

De Confúcio o legado nos convença:
O respeito que exijo para mim
Ante o próximo eu também me porte assim
Sendo hábil a tornar a própria ofensa
Numa flor machucada, meiga, densa
Perfumando o machado que a corta
Parecendo ao carrasco que está morta
De repente, irrompendo qual do nada
Dela brotam sementes variadas
Mais vigor e beleza ela comporta…

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