1. Surgimento e evolução da experiência do Grito dos Excluídos, no Brasil
Na primeira metade dos anos 1990, na esteira ou como desdobramento das Semanas Sociais promovidas pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, tem início a inicitava do GRTO DOS EXCLUÍDOS. Desde sua primeira edição, o GRITO tem buscado expressar em público os clamores e as aspirações dos segmentos mais injustiçados de nossa sociedade: as crianças em situação de abandono; as multidões de pessoas desempregadas; os clamores pela Reforma Agrária, contra a violência sobre os Trabalhadores e Trabalhadoras e os Povos do Campo, das Águas e das Florestas; denunciar a violência contra as mulheres, contra as pessoas do segmento LGBT, contra os jovens, contra a população Afrobrasileira, as injustiças contra as pessoas com deficiência, contra as pessoas idosas, contra a multidão dos dos “sem” (saúde, educação, terra, trabalho, casa, etc.).
A experiência do GRITO surge, pois, da convicção de que as mudanças sociais, econômicas, políticas e culturais de uma sociedade são obra de suas forças organizadas, as que experimentam na pele as agruras do dia-a-dia das estruturas de desigualdade e de negação dos direitos humanos, sociais, civis, econômicos, políticos, culturais, ecológicos, Trata-se, pois, de se lançar um GRITO de denúncia e de reivindicação de Cidadania, nas mais diferentes áreas: do desrespeito aos direitos humanos mais fundamentais à ausência ou insuficiência das políticas públicas; das desigualdades sociais reinantes nas relações de gênero, nas condições de trabalho, no tratamento aos diferentes, nas relações geracionais, de etnia, nas condições reinantes no sistema prisional, etc., etc.
Tem-se entendido, desde o começo, que a ocasião mais propícia para se soltar esse GRITO é durante as comemorações da Semana da Pátria, especialmente no Dia 7 de Setembro, ou nos dias precedentes.
2. A experiência do Grito dos Excluídos e Excluídas na Paraíba
Na Paraíba, o Grito dos Excluídos e Excluídas vem sendo assumido como
a culminância na primeira semana de setembro de cada ano, de uma sucessão de práticas organizativas, formativas e mobilizadoras, vivenciadas de forma articulada e com metodologia própria pelas forças protagonistas, antes, durante e depois da realização do Ato propriamente dito.
a culminância na primeira semana de setembro de cada ano, de uma sucessão de práticas organizativas, formativas e mobilizadoras, vivenciadas de forma articulada e com metodologia própria pelas forças protagonistas, antes, durante e depois da realização do Ato propriamente dito.
Momentos-fortes da construção do GRITO DOS EXCLUÍDOS na Paraíba (antes, durante e depois da realização do GRITO)
Nas atividades do Pré-Grito: reuniões regulares iniciadas uns três meses antes da realização do ATO PÚBLICO DO GRITO, com objetivos ao mesmo tempo organizativos, formativos e de mobilização:
* identificar e chamar as diferentes forças sociais a construirem juntas o Grito;
* estudar os materiais do GRITO, relativos ao tema de cada edição;
* construir um calendário comum de atividades até o dia do GRITO;
* definir, com base no tema e nos materiais do GRITO, quais serão os eixos de lutas a serem priorizados, naquele ano, dependendo da conjuntura estadual e local específica;
* criar comissões de articulação, de divulgação/comunicação, de infraestrutura e finanças, de metodologia de organização das atividades a serem realizadas antes, durante e depois do GRITO;
* realização, em distintos municípios e bairros, de atividades mobilizadoras ligadas à temática do GRITO (seminários, debates, feiras agroecológicas, etc.
* além das reuniões regulares (semanais, no caso de João Pessoa) ampliadas, há também de reuniões específicas de cada comissão, para se ter controle sobre os desafios e as tarefas necessárias a cada comissão.
* identificar e chamar as diferentes forças sociais a construirem juntas o Grito;
* estudar os materiais do GRITO, relativos ao tema de cada edição;
* construir um calendário comum de atividades até o dia do GRITO;
* definir, com base no tema e nos materiais do GRITO, quais serão os eixos de lutas a serem priorizados, naquele ano, dependendo da conjuntura estadual e local específica;
* criar comissões de articulação, de divulgação/comunicação, de infraestrutura e finanças, de metodologia de organização das atividades a serem realizadas antes, durante e depois do GRITO;
* realização, em distintos municípios e bairros, de atividades mobilizadoras ligadas à temática do GRITO (seminários, debates, feiras agroecológicas, etc.
* além das reuniões regulares (semanais, no caso de João Pessoa) ampliadas, há também de reuniões específicas de cada comissão, para se ter controle sobre os desafios e as tarefas necessárias a cada comissão.
Na preparação imediata para o Dia do GRITO
É assim que se tem conseguido viabilizar a realização do GRITO em vários municípios da Paraíba, na primeira semana de setembro. Para a realização do GRITO, também se conta com a realização de oficinas para a construção de faixas, cartazes e outros materiais, inclusive a elaboração coletiva, com base nos eixos priorizados, do texto/carta do Grito, bem como a definição de blocos (por eixo de luta), o roteiro da passeata, os pontos de parada para intervenções dos representantes de cada eixo, os cantos, a animação…
Para além do GRITO
Reduzir-se tudo a um único dia seria não entender bem o significado do DIA DOS EXCLUÍDOS, do alcance de suas lutas e da necessidade de sua persistência.
Por isso, depois do dia propriamente dito, há necessidade de se seguir encontrando, com vários objetivos:
= avaliar como foi o GRITO, se alcançou ou não os objetivos, o que deu certo, o que não foi bem, as responsabilidades, o que fazer para corrigir as falhas;
= avaliar como foi o GRITO, se alcançou ou não os objetivos, o que deu certo, o que não foi bem, as responsabilidades, o que fazer para corrigir as falhas;
= realizar seminários e encontros de formação nos bairros, nos municípios, buscando aprofundar os temas do GRITO, mas sobretudo para cobrar das instâncias responsáveis o cumprimento das reivindicações;
= assumir conjuntamente com outros protagonistas pautas de lutas comuns, durante o segundo semestre (por ex.: Semana da Consciência Negra, lutas indígenas e camponesas e outras).
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